A miopia, principal causa de perda de visão previsível, tem atingido cada vez mais pessoas em todo o mundo, com destaque para o aumento expressivo entre crianças. A condição provoca dificuldade para enxergar de longe e está ligada tanto a fatores genéticos quanto aos hábitos de vida modernos.
O que é a miopia?
O problema ocorre quando o olho é um pouco maior do que o comum, fazendo com que a imagem se forme antes da retina. Isso resulta na dificuldade de visualizar objetos distantes. O distúrbio pode afetar um ou ambos os olhos e se manifesta em adultos e crianças.
Segundo a oftalmopediatra do CBV-Hospital de Olhos, Mayra Melo, o tratamento é feito com o uso de lentes negativas. Atualmente, cerca de 30% da população já apresenta miopia, e a projeção é de que até 2050 metade das pessoas no mundo terá algum grau da condição.
Fatores de risco
Entre os principais agravantes está o uso excessivo de telas, cada vez mais comum desde a infância. O tempo prolongado em frente a celulares, tablets e computadores estimula o esforço ocular e favorece o surgimento da doença. A genética também exerce forte influência.
“A gente sabe que se a criança tem um dos pais míopes, a chance dela ser míope é três vezes maior que a população. Se os dois pais forem míopes, a chance é sete vezes maior que a população geral.”, explica a especialista.
Estudos apontam crescimento acelerado
Um levantamento internacional publicado na revista científica British Journal of Ophthalmology revelou que os casos de miopia triplicaram entre 1990 e 2023. O aumento se intensificou após a pandemia de covid-19, quando o isolamento e os longos períodos dentro de casa ampliaram o uso de eletrônicos, especialmente entre crianças e adolescentes.
Essa faixa etária é mais vulnerável, pois costuma forçar os músculos oculares durante os estudos e o tempo prolongado em frente às telas. A miopia tende a surgir durante os anos do ensino fundamental e a piorar até que o crescimento ocular se estabilize.
Como identificar a miopia
Entre os sinais de alerta estão:
- dificuldade para enxergar à distância;
- dores de cabeça frequentes;
- necessidade de se aproximar muito das telas;
- hábito de esfregar os olhos com frequência.
Prevenção e cuidados
Para conter a progressão da doença, especialistas reforçam a importância de consultas oftalmológicas regulares, principalmente durante a infância. Além disso, é essencial reduzir o tempo de tela e incentivar atividades ao ar livre, que ajudam a preservar a saúde ocular.
