A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), nos casos crônicos, ela costuma ter duração média de 3 anos, podendo estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano, e em 46% deles de forma contínua, o que pode implicar em riscos para o desenvolvimento de outras doenças. Felizmente, o canabidiol (CBD) pode ajudar a tratar o problema.
Isso porque, dentre os diversos potenciais medicinais da cannabis, está a regulação do sono. Segundo o Dr. Flavio Geraldes Alves, presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) e consultor médico da NuNature Labs, isso ocorre porque o canabidiol ajuda na regulação do sistema endocanabinoide, principalmente nos receptores que ficam no hipotálamo, região do nosso cérebro que controla o ciclo do sono e vigília.
“Então, ele vai fazer o agonismo desses receptores, melhorando a qualidade do sono e, assim, promovendo a homeostase, isto é, a qualidade de vida. Então, o canabidiol pode ajudar tanto na indução quanto na manutenção do sono”, explica o médico.
Existem efeitos colaterais?
Segundo o especialista, o paciente pode sentir alguns efeitos colaterais em decorrência do uso de canabidiol para tratar a insônia. “Todos os produtos à base de cannabis, dependendo da escolha, podem causar efeitos colaterais como sonolência durante o dia, diminuição do apetite, letargia, irritabilidade”, aponta Flavio. No entanto, todos esses efeitos são pouco observados, e não são pertinentes a todos os pacientes.
“Esta é uma opção terapêutica segura que tem que ser discutida com o médico, principalmente em casos refratários às outras medicações. Isto é, que não melhoraram com outros tratamentos”, destaca o profissional.
Canabidiol disponível no SUS
No fim de janeiro deste ano, o governo de São Paulo sancionou no fim de janeiro uma lei que autoriza a distribuição gratuita de medicamentos à base de canabidiol na rede pública de saúde do estado.
Com a legislação, os remédios devem ter o registro prévio na Agência Nacional (Anvisa)., e a distribuição é restrita a pacientes com laudo e prescrição médica. Além disso, é preciso ter um atestado comprovando que essas pessoas não têm condições de comprar a medicação.
A importação e todo o trâmite para se conseguir o tratamento pode ser um processo lento e bastante caro. Isso porque se trata de uma matéria-prima cujo insumo não tem cultivo legal no Brasil ainda, como define a legislação brasileira.