Dor

Existe cirurgia para enxaqueca? Veja como tratar a condição

15% dos brasileiros sofrem com enxaqueca, condição que pode ser tratada de diferentes formas. Veja quais terapias podem ajudar

Existe cirurgia para enxaqueca? Veja como tratar a condição - Foto: Shutterstock

Além de desconfortável, a enxaqueca é um problema bastante comum. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição atinge cerca de 324 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, 15% da população sofre com as dores de maneira crônica.

No geral, quem convive com enxaqueca não costuma ter uma vida fácil: as crises podem durar até 72 horas, causando dor intensa, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz ou ao som. 

Buscando um tratamento para a enxaqueca

De acordo com o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, por muito tempo não houve tratamento definitivo para o problema. 

Segundo ele, os medicamentos para controle da dor já instaurada e os profiláticos, para prevenção, eram as melhores alternativas para pacientes diagnosticados com migrânea. “Atualmente, entretanto, existem novas opções de tratamentos que aumentam as chances de uma cura para enxaqueca, incluindo a toxina botulínica e a cirurgia da enxaqueca”, afirma.

Segundo o médico, o primeiro passo para identificar o melhor tratamento para o caso é procurar um neurologista. O médico deve fazer o diagnóstico correto do tipo de cefaleia de acordo com o relato do paciente, além de exames. 

“Posteriormente, o médico poderá indicar qual o tratamento mais indicado para o caso, considerando chances de sucesso e riscos associados de acordo com o quadro clínico do paciente”, diz o especialista. 

4 diferentes tratamentos para a condição 

Paolo aponta quatro tipos de tratamento que podem ajudar quem sofre com enxaqueca. Confira:

Medicamentoso

Uma das formas mais recorrentes de tratar a cefaleia é com medicamentos. No caso de crises de enxaqueca já instauradas, é comum o uso de analgésicos simples e anti-inflamatórios e com valor bastante acessível. No entanto, eles devem ser ter prescrição médica, visto que a automedicação pode agravar o quadro. 

Entre os medicamentos profiláticos (de prevenção) estão opções como antidepressivos, antipsicóticos e betabloqueadores. Eles também devem ser prescritos pelo médico de acordo com a recorrência das crises, causa da cefaléia e quadro clínico geral do paciente.

Alternativo

Mais pacientes têm procurado a acupuntura como uma opção de tratamento baseada nas técnicas da medicina tradicional chinesa. O resultado pode ser positivo por estimular e tirar a tensão de diferentes pontos que contribuem para aumentar o relaxamento. Essa opção, entretanto, deve acompanhar outros tratamentos prescritos pelo médico.

Toxina botulínica

Desde 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), autorizou o uso de toxina botulínica A como alternativa preventiva para as crises da enxaqueca crônica. 

“A substância, já usada nos tratamentos faciais de rugas, promove a paralisia temporária dos músculos, evitando a transmissão da dor para o sistema nervoso central e reduzindo as ocorrências de crises”, diz o Dr. Paolo, que também realiza a técnica. 

Segundo ele, a aplicação da substância deve ser realizada a cada três meses para que os efeitos continuem, pois o organismo absorve a substância, eliminando os efeitos dela após esse período.

Cirurgia para enxaqueca: quem pode fazer?

Conforme o especialista, o único tratamento definitivo para a condição consiste na cirurgia para enxaqueca. Paolo explica que a migrânea pode ser causada pela compressão que determinados nervos sofrem ao longo de seus trajetos. Ao serem irritados pelas estruturas adjacentes, eles liberam neurotransmissores que provocam dor e geram as crises. 

O objetivo da cirurgia, portanto, é descomprimir e liberar os ramos desses nervos. “Assim, com a cirurgia é possível combater a enxaqueca que tem origem em quatro pontos principais da cabeça, sendo que para cada tipo de dor, considerando sua origem, existem técnicas específicas”, diz o médico. 

Após realizada a cirurgia de enxaqueca, as chances de o paciente voltar a ter crises são muito menores. Por isso, os especialistas consideram esse método como o definitivo. 

“A cirurgia para enxaqueca pode ser feita em qualquer paciente que tenha diagnóstico de migrânea (enxaqueca) feito por um neurologista, e que sofra com duas ou mais crises severas de dor por mês que não conseguem ser controladas por medicação”, diz o cirurgião plástico.

Além disso, pacientes que sofrem com efeitos colaterais das medicações para dor ou que tenham intolerância a estas medicações, ou ainda em pacientes com grande comprometimento em sua vida pessoal ou profissional, podem realizar a cirurgia. 

O Dr. Paolo Rubez enfatiza que as cirurgias são realizadas em ambiente hospitalar e sob anestesia geral e em alguns casos sob anestesia local. “A duração da cirurgia, para cada nervo, é de cerca de uma a duas horas, e o paciente tem alta no mesmo dia, ou no dia seguinte, para casa”, finaliza.

Você também vai gostar

Alimentação

Boas fontes de proteína vegetal são indispensáveis em qualquer dieta balanceada, não apenas para veganos e vegetarianos

Alimentação

Para quem sofre com sintomas como inchaço, fadiga, insônia e imunidade baixa, a dieta anti-inflamatória pode ser uma solução

Fitness

Especialista aponta benefícios da musculação com acompanhamento 

Saúde Bucal

Dentista ressalta o impacto da saúde bucal na qualidade de vida e na autoconfiança

Sair da versão mobile