Lua di Felice, filha dos ex-BBBs Viih Tube e Eliezer, nasceu no último domingo (9). Ainda recém-nascida, a bebê passou por uma cirurgia conhecida como frenectomia. O procedimento consiste no corte da membrana embaixo da língua do bebê (estrutura também chamada de freio), e é alvo de debate entre os médicos brasileiros.
A cirurgia se tornou mais frequente no país desde 2014, quando o Ministério da Saúde tornou obrigatório o “teste da linguinha” entre recém-nascidos. O exame é feito nos primeiros dias de vida do bebê e pode diagnosticar precocemente a língua presa.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é oficialmente contra a obrigatoriedade do exame, alegando que ele leva a muitas cirurgias desnecessárias. Além disso, em diversos casos é possível corrigir o defeito com ajustes na amamentação.
A odontopediatra da IGM odontopediatria Dra. Ilana Marques explica que há formas de se trabalhar a motricidade oral com terapias fonoaudiológicas. Porém, dependendo do grau de encurtamento do freio, apenas a cirurgia pode corrigir o problema.
“A polêmica se dá devido ao diagnóstico que às vezes é difícil e depende do grau de preparo e experiência do profissional que vai avaliar. Além disso, alguns médicos acreditam que eles são mais preparados do que os odontopediatras para realizarem a cirurgia”, relata.
Casos em que a frenectomia é necessária
Os bebês como Lua, que sofrem do problema, têm o freio mais curto do que o normal. Isso restringe o movimento da língua e atrapalha a amamentação. Segundo Ilana, o defeito pode ocorrer no freio labial ou lingual.
“No caso de freio labial, a frenectomia é necessária quando provoca espaçamento entre os dentes centrais (chamado diastema), quando dificulta a higiene destes dentes centrais ou quando provoca falta de selamento labial causando uma respiração bucal”, explica.
Já no caso do freio lingual, ela é necessária quando a língua apresenta uma anquiloglossia (língua presa). “Pode provocar desmame precoce em bebês pela dificuldade de mamar, além disso, engasgos, excesso de baba, respiração bucal e alimentação seletiva”, aponta a especialista.
Ilana explica que os problemas se estendem durante a infância. “Em crianças maiores pode provocar dificuldade na fala, também na alimentação e na respiração, além de compensações musculares que podem levar a assimetrias faciais, mordidas tortas, problemas na articulação temporomandibular e até problemas na postura corporal”, afirma.
O procedimento
A odontopediatra explica que existem técnicas mais antigas para a realização de cirurgia que são com bisturi ou tesoura. “Com estas técnicas há sangramento, necessidade de pontos e a cicatrização é mais lenta. No entanto, a técnica mais moderna é com laser cirúrgico onde não há necessidade de sutura, raramente há sangramento e a cicatrização é mais rápida”, aponta Ilana.