Com o passar do tempo, a maior parte das mulheres opta por adiar a maternidade. Essa realidade é uma consequência do avanço da medicina e do aumento da expectativa de vida, mas impacta diretamente nos cuidados necessários durante a gestação. Isso porque com o envelhecimento natural dos ovários, as chances de gravidez diminuem.
Nesse sentido, alguns fatores como o aumento de alterações cromossômicas nos embriões e a queda na qualidade dos óvulos tornam-se questões desafiadoras para grande parte das mulheres. Por isso, existem algumas opções de tratamento como alternativas para minimizar os possíveis riscos.
É o caso de métodos personalizados e de técnicas modernas de fertilização in vitro (FIV). Essas abordagens são eficazes para quem enfrenta baixa reserva ovariana ou qualidade reduzida dos óvulos, aumentando as chances de gravidez.
Além disso, novos protocolos para estimular a produção ovariana, com o uso de hormônio de crescimento e de suplementos, aumentam a quantidade e a qualidade dos óvulos coletados. Essa rede de possibilidades representa um passo importante para mulheres que optaram por retardar a maternidade.
Métodos alternativos que auxiliam na gravidez
Arnaldo Cambiaghi, que é especialista em medicina reprodutiva, explica que atualmente também existem técnicas complementares que resultam em benefícios ao selecionar os embriões.
Esse processo permite maiores chances de implantação embrionária, promovendo gestações mais saudáveis. Alguns exemplos dessas vias alternativas são o Teste Genético Pré-Implantacional (PGT-A) e a incubadora com tecnologia Time-Lapse
Ademais, procedimentos experimentais, como a reativação de “folículos dormentes” ou seja, daqueles que eram incapazes de produzir embriões de qualidade, bem como a recepção de óvulos doados, se apresentam como alternativas de sucesso.
O especialista também esclarece que a escolha entre óvulos frescos ou vitrificados permite ao casal uma adaptação à rotina de tratamento e eleva as taxas de gravidez para até 70%. Neste contexto, a medicina reprodutiva auxilia a ampliar as possibilidades de uma gravidez sadia e segura para mulheres maduras.
Dicas para quem deseja engravidar após os 40 anos
- Exames de rotina: antes de iniciar as tentativas para engravidar, é fundamental realizar uma avaliação médica completa para identificar possíveis condições de saúde que possam impactar a gestação.
- Avaliação da reserva ovariana: com o passar do tempo, o número de óvulos capazes de produzir uma gestação saudável diminui. Isso porque as mulheres não produzem mais óvulos durante a sua vida, elas nascem com um número de óvulos definido que vai diminuindo até a menopausa.
- Análise genética do embrião: após os 40 anos, a incidência de síndromes cromossômicas é muito maior. Por isso, quando se realiza a análise genética do embrião em mulheres com mais de 40 anos, a gravidez é mais segura já que é possível garantir à mulher a máxima chance de ter um filho com uma condição genética ideal.
- Alimentação equilibrada: adotar uma boa alimentação e hidratação é essencial. A dieta mediterrânea pode ser uma opção, já que é rica em frutas, legumes, cereais integrais e gorduras saudáveis.
- Hábitos saudáveis: praticar exercícios físicos regularmente, como caminhadas ou ioga, melhora a saúde cardiovascular e o bem-estar geral. Evitar o tabagismo e consumo excessivo de álcool e cafeína também é importante.
- Acompanhamento médico: o pré-natal para essas gestantes requer atenção especial. Além disso, a avaliação da pressão arterial e dos níveis de glicose são fundamentais para prevenir complicações.
A maternidade após os 40 anos exige preparação. Sendo assim, é importante atentar-se aos cuidados adequados, tratamentos de reprodução assistida e acompanhamento médico. Dessa forma é possível ter uma gestação segura e bem-sucedida. “Cada etapa desse processo deve ser vista como parte de um projeto compartilhado, unindo a saúde, o bem-estar e o desejo do casal”, finaliza o especialista.