A saúde digestiva é fundamental para o bem-estar de todo o corpo. Afinal, desde o nascimento o trato gastrointestinal é o responsável por fornecer nutrientes ao organismo, aumentar a resposta imune, abrigar a microbiota intestinal e servir como um “segundo cérebro” com o eixo cérebro-intestino.
Pensando nisso, a World Gastroenterology Organisation (WGO) criou o Dia Mundial da Saúde Digestiva (29 de maio). O objetivo da data é mobilizar e orientar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças do aparelho digestivo.
O aparelho digestivo
O aparelho digestivo é composto por boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Já os órgãos digestórios acessórios são os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
Os dentes auxiliam no rompimento físico do alimento e a língua auxilia na mastigação e na deglutição. Os demais, nunca entram em contato direto com o alimento, mas produzem ou armazenam secreções que passam para o tubo digestivo, auxiliando na decomposição química do alimento.
Qualquer problema existente em todo esse processo – como infecções e maus hábitos alimentares – podem causar doenças e tumores na região. Aliás, os tumores de estômagos estão entre os mais incidentes no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o quarto mais comum entre homens e, em mulheres, é o sexto.
Doenças do sistema digestivo
Segundo o cirurgião geral Dr. Leonardo Emilio, as doenças mais comuns que atingem o sistema digestivo são benignas e podem ser decorrentes de alterações funcionais, chamadas dispepsias, e não funcionais, como gastrite e doença do refluxo gastroesofágico.
“Os cânceres gastrointestinais (GI) representam 1 em cada 4 casos de câncer e 1 em cada 3 mortes por câncer em todo o mundo. Há uma variação considerável nas taxas de incidência e mortalidade em todo o mundo. A incidência de câncer gástrico, por exemplo, diminuiu, mas a incidência de câncer colorretal aumentou em regiões anteriormente de baixa incidência. Já a incidência de câncer de fígado e pâncreas aumentou em algumas regiões de alta renda”, aponta o médico.
É possível perceber a presença de algum problema no sistema digestivo através de determinados sintomas. No entanto, as alterações vão depender da localização da doença, afirma Leonardo. Comumente, os sinais incluem:
- Mudança do hábito intestinal (o ritmo intestinal que era regular passa a ser com diarréia ou obstipação, por exemplo);
- Dor abdominal;
- Perda do apetite;
- Anemia sem causa aparente;
- Queimação.
“Se você tem mais de 45 anos não espere os sintomas aparecerem, faça seus exames de endoscopia digestiva alta e colonoscopia regularmente, e, além disso, consulte seu médico”, destaca o especialista.
Prevenção
O cirurgião indica algumas medidas que podem ajudar a prevenir problemas no sistema digestivo. São elas:
- Controle da obesidade;
- Atividade física regular;
- Diminuir o consumo de carne vermelha (consumir menos de 500g por semana);
- Limitar o consumo de álcool e embutidos (como salsichas, salames e mortadelas);
- Parar de fumar.