Surdez é a impossibilidade ou dificuldade de ouvir. A audição se constitui por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno. Lá essas ondas se transformam em estímulos elétricos que são enviados ao cérebro, órgão responsável por reconhecer e identificar os sons.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 milhões de pessoas no mundo enfrentam algum nível de perda auditiva. No Brasil, essa realidade também é preocupante. A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) estima que a cada mil nascimentos, de três a cinco bebês já apresentam deficiência na audição. Além disso, mais de 5,8 milhões de brasileiros convivem com a surdez.
A surdez pode ser congênita, quando o indivíduo já nasce com deficiência ou adquirida, quando a audição se perde ao longo do tempo. Essa condição afeta expressivamente o dia a dia das pessoas surdas. Os desafios na comunicação podem influenciar na saúde, qualidade de vida, e no desenvolvimento em ambientes sociais, como escola e trabalho.
Quais os tipos de surdez?
- Surdez de condução: afeta o ouvido externo e médio. É resultante do acúmulo de cera, infecções ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. O tratamento se realiza com medicamentos ou cirurgias.
- Surdez neurossensorial: afeta o ouvido interno ou as vias nervosas. Pode ser progressiva e normalmente é permanente.
- Surdez mista: afeta tanto o ouvido externo ou médio, quanto o interno. Essa condição é uma combinação entre a perda da audição condutiva e neurossensorial.
Quais as causas da perda auditiva?
Existem diversos fatores que podem impedir ou dificultar a percepção dos sons. Confira as principais causas abaixo.
1- Problemas com a mãe durante a gestação, como alcoolismo, uso de drogas, rubéola e desnutrição materna.
2- Problemas com o bebê durante a gestação ou nascimento, como má formação na região da cabeça ou pescoço, prematuridade e falta de oxigenação do bebê ao nascer.
3- Fatores ao longo da vida, como exposição a barulhos intensos, uso de medicamentos tóxicos ao ouvido, infecções bacterianas ou virais e envelhecimento da audição em idosos.
Quais são os tratamentos possíveis?
Os tratamentos objetivam facilitar a comunicação cotidiana para a pessoa surda. Eles podem variar de acordo com o grau e tipo de perda auditiva. Nesse sentido, é essencial que o diagnóstico e tratamento sejam feitos por um especialista. Confira abaixo as abordagens mais recorrentes.
- Prótese auditiva: equipamento usado atrás da orelha que é responsável por aumentar o som que chega ao ouvido, facilitando a compreensão.
- Implante coclear: equipamento que recria a cóclea humana e substitui o ouvido dos indivíduos que possuem surdez total ou severa. O implante é feito por meio de cirurgia.
- Cirurgias e medicação: tratamentos possíveis para perdas auditivas irreversíveis, como as decorrentes de infecções.
- Acompanhamento com fonoaudiólogo: estimula a oralidade da pessoa surda, intensificando sua qualidade de vida e independência.
Qual são as formas de prevenção?
Segundo a audiologista Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa e autora do livro Descomplicando a Perda Auditiva, existem recomendações que podem impedir a deficiência em alguns casos.
“Muitas causas de perda auditiva podem ser evitadas, especialmente em crianças, com medidas como a imunização contra rubéola e meningite, e o tratamento precoce de infecções do ouvido, como a otite média. Já em adultos, o controle do ruído, o uso seguro de dispositivos de áudio e a vigilância de medicamentos que podem prejudicar a audição são fundamentais”, explica a especialista.
Além disso, a profissional frisa a importância da triagem precoce e do diagnóstico para garantir intervenções mais eficazes. “A identificação precoce da perda auditiva permite um tratamento mais eficaz, e na maioria dos casos, a reabilitação auditiva, com o uso de aparelhos auditivos ou implantes.”, conclui Ariane.
Por fim, é essencial compreender a surdez como uma diversidade humana. Desse modo, torna-se importante que a sociedade esteja pronta para incluir as pessoas surdas e lidar com suas necessidades.