Vaginismo é uma disfunção sexual feminina que se caracteriza por contrações involuntárias da musculatura do assoalho pélvico, impedindo a penetração de ocorrer. A condição, portanto, atrapalha o desempenho sexual da mulher.
De acordo com a fisioterapeuta pélvica Dra. Cristina Nobile, o vaginismo impede toda e qualquer tipo de penetração vaginal, causando dor, ardência e medo. Geralmente, a mulher descobre o vaginismo quando tenta a primeira relação ou quando precisa passar por exame ginecológico.
“Essa condição está descrita no DSM-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Talvez por isso esteja tão associada a problemas psicológicos, quando, na verdade, a parte física é tão mais acometida e é um tanto quanto negligenciada”, destaca a especialista.
Sintomas
Segundo a fisioterapeuta pélvica, existem graus de severidade da disfunção. “Mulheres com vaginismo leve permitem a manipulação da vulva, mas não conseguem penetração. No vaginismo moderado, algumas mulheres só de pensar na penetração já sentem medo e ficam extremamente nervosas, tentando evitar serem tocadas para não ter que chegar à possibilidade da penetração ocorrer”, explica.
Já nos casos graves, além de todas essas dificuldades, normalmente essas mulheres não conseguem sequer se tocar, realizar a higiene, ou até mesmo se olhar. “Permitir que alguém toque é quase que impossível”, afirma a profissional.
Diagnóstico
Por ter sinais e sintomas muito claros, a condição tem fácil diagnóstico por profissional especializado. “Normalmente, o diagnóstico é realizado através do toque vaginal. Porém, o comportamento da mulher no momento do exame físico já dá indícios claros da disfunção”, diz Cristina.
Isso porque a mulher que fica nervosa, chora, tem dificuldade de ficar em posição ginecológica, sente aflição ou não permite o afastamento dos lábios vulvares, já dá sinais suficientes da disfunção. Nesses casos, o toque vaginal na avaliação nem será necessário para dar o diagnóstico.
Tratamento
Mulheres com essa disfunção, embora acreditem não ter solução, são fortes candidatas ao tratamento, e com eficácia que beira os 98%, estima a especialista. Segundo ela, o tratamento é bastante rápido e consiste na dessensibilização para ser possível a massagem perineal, que acontece dentro do canal vaginal.
“É a forma de acessar a musculatura pélvica para ser possível desfazer os pontos de tensão, ganhar flexibilidade e dar função a essa musculatura. Outras técnicas da fisioterapia também são utilizadas”, diz a profissional.
Ela estima que pacientes com disfunção leve a moderada terão resultados em 2 meses e meio, um tempo bastante curto se pensarmos no tempo em que ela viveu com a disfunção. A profissional reforça ainda que o vaginismo não é uma doença e sim uma disfunção transitória que tem solução.
Diferente da dispareunia
Vale destacar ainda que o vaginismo é uma condição diferente da dispareunia, que causa dores durante a relação sexual. O vaginismo, por sua vez, impede qualquer tipo de penetração em função da contração dos músculos.