Cada vez mais telas nos rodeiam, com uma sobrecarga grande de informações, e também de riscos para a saúde dos olhos. Como resultado, os mais jovens têm apresentado, de forma crescente, diferentes distúrbios da visão.
Um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostrou que o total de casos de miopia entre crianças e adolescentes cresceu em 70% dos pacientes de 0 a 19 anos a partir de 2020. Para 75% dos oftalmologistas consultados, a causa principal é a exposição aumentada dos jovens às telas de equipamentos eletrônicos.
Anteriormente, a Secretaria Municipal de São Paulo havia feito um alerta semelhante. Os casos de miopia em crianças e adolescentes na capital paulista cresceram 134% entre 2019 e 2022. Isto é, mais do que dobrou o número de casos.
Para a Dra. Giovanna Marchezine, médica oftalmologista do HOC (Hospital de Olhos de Cuiabá), há uma série de fatores que explicam o aumento de problemas de visão, e um deles é a mudança no estilo de vida. Isso porque tem-se um maior acesso e uso prolongado das telas, além do início precoce.
“A explicação envolve fatores genéticos e ambientais, mas de forma simplificada pode-se dizer que as atividades de perto nos eletrônicos portáteis estimulam o crescimento axial do olho (comprimento) e como consequência aumento progressivo da miopia”, explica.
Além disso, conforme a especialista, a exposição às telas naturalmente faz com que pisquemos menos que o habitual, o que contribui para a sensação de olho seco. Ela destaca que dentre as alterações mais comuns estão hiperemia ocular e olho seco, assim como aparecimento de miopia precoce com alta progressão.
Segundo a oftalmologista, os primeiros sinais de comprometimento da visão incluem cefaleia, embaçamento visual e cansaço. Ao apresentar esses sintomas, é importante procurar a opinião de um especialista.