Recentemente, a família de Bruce Willis, de 67 anos, divulgou que o ator foi diagnosticado com demência frontotemporal. Em março de 2022, ele havia se aposentado da atuação devido a um distúrbio de fala chamado afasia. Esta disfunção faz com que o paciente tenha dificuldade de se comunicar adequadamente.
“Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia de Bruce na primavera de 2022, sua condição progrediu”, disse a família Willis em um comunicado. “Infelizmente, os desafios de comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce está enfrentando. Embora isso seja doloroso, é um alívio finalmente ter um diagnóstico claro”, acrescentou o comunicado.
Demência frontotemporal
A demência frontotemporal (DFT) é um dos tipos mais comuns de demência. A DFT é uma doença neurodegenerativa que afeta diversos aspectos do indivíduo, como a personalidade, linguagem, atenção e memória. Apesar disso, o impacto na memória é menor do que no Alzheimer.
“Ainda não há consenso sobre a forma como a doença se desenvolve, mas ela pode estar ligada tanto a fatores genéticos, quanto ao estilo de vida, alcoolismo, tabagismo e sedentarismo. Ela ocorre devido a alterações que geram aglomerados de proteínas no interior das células cerebrais, o que as impede de funcionar adequadamente. Normalmente esse acúmulo de proteínas ocorre em áreas como o lobo frontal e temporal do cérebro”, explica o pós-doutor e PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues.
Sintomas e diagnóstico
A demência frontotemporal afeta normalmente pessoas com mais de 65 anos. Além disso, ela pode ter início com sinais pouco perceptíveis, como mudanças leves na personalidade que se agravam com o passar do tempo.
Isso faz com que o indivíduo se torne mais desinibido e desenvolva interesse por temas que antes não possuía. Ele pode, por exemplo, aumentar o interesse por sexo ou desenvolver comportamentos compulsivos. Além disso, a condição também causa afasia — o que explica o diagnóstico inicial de Bruce Willis.
O seu diagnóstico é feito através da busca de sinais da doença e exclusão de outras causas por meio de avaliação médica e testes neurológicos. Mas também podem ser uma opção tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas, explica o neurocientista.
Tratamento da demência frontotemporal
Atualmente, não há cura para a demência frontotemporal ou até mesmo tratamentos que retardem a sua evolução. “No entanto, existem técnicas que podem ser usadas para controlar melhor seus sintomas, como uso de determinados medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia, estímulo da comunicação e participação de grupos de apoio, o que ajuda a dar uma melhor qualidade de vida ao indivíduo”, esclarece o Dr. Fabiano.