Os hormônios basicamente controlam a harmonia do nosso organismo. Isso porque eles são responsáveis pelo metabolismo e processo digestivo, impactando diretamente em diferentes aspectos da saúde. “Tudo é regulado por hormônios e eles têm essa ação endócrina que funciona no corpo todo, independente de onde ele é secretado”, afirma o médico nutrólogo Dr. Mateus Drumond, que explica a importância de fazer um check-up hormonal.
Exames do check-up hormonal
O check-up hormonal, como todo check-up, é uma bateria de exames para avaliação preventiva de diversos itens no nosso organismo, esclarece o médico. “Alguns exames são de sangue, no qual existe a dosagem de vários hormônios, dentre eles os do eixo hipotálamo pituitária supra-renal e hipotálamo pituitária gonadal, que envolve o LH, o FSH e o TSH”, diz.
Segundo ele, esses eixos se tratam da nossa função hormonal, que é regulada por um conjunto de ações que começa no hipotálamo na parte alta, região nobre do nosso cérebro, comunicando com a pituitária, que é uma glândula chamada de hipófise, ou adeno-hipófise que secreta outros hormônios.
É possível também realizar o check-up hormonal em pacientes selecionados, em situações específicas, através da saliva. Nesses casos, é possível detectar hormônios livres bioativos, onde é possível fazer dosagem salivar de cortisol, da mesma forma que no sangue”, afirma.
Por que fazer essa investigação?
Mateus destaca que é importante fazer o controle hormonal preventivo ou check-up hormonal porque os hormônios são os controladores de todo o nosso corpo. Um hormônio pode viajar no nosso corpo, na corrente sanguínea, e tem atuação em várias partes.
“Um exemplo é a própria vitamina D3, chamada também de vitamina D, que é um hormônio produzido quando temos colesterol disponível na nossa dieta, na nossa pele, e nos expomos ao sol e à radiação ultravioleta B”, aponta o médico.
Segundo ele, o hormônio ativa esse colesterol transformando-o na própria vitamina D que vai fazer uma passagem no fígado, nos rins e vai ser transformada em vitamina D ativa. A partir daí, ela atua em praticamente todos os nossos órgãos.
Além disso, uma avaliação preventiva de saúde do paciente, baseada no perfil hormonal, pode indicar distúrbios hormonais relacionados a maus hábitos de vida, alimentação ruim, falta de atividade física, sono prejudicado, estresse em excesso, o que acelera o processo de envelhecimento, hormônios em baixa, entre outros. “Por isso, é importante ter um entendimento dos hormônios para eles estarem em equilíbrio”, enfatiza o nutrólogo.
Sinais de desequilíbrio hormonal
Uma vez que os hormônios regulam as funções do nosso organismo, qualquer desequilíbrio pode se apresentar em forma de uma série de sintomas. No excesso de cortisol, por exemplo, o paciente está estressado, ansioso. Na causa de falta de T4 e T3 da tireoide, no hipotiroidismo, o paciente está fadigado, cansado, indisposto, com intolerância ao frio, com dificuldade de perder peso e ganhando mais gordura, aponta Mateus.
“Já o excesso do T4 e T3 pode, por exemplo, levar à insônia, taquicardia e ansiedade generalizada. E a ausência ou deficiência da testosterona vai causar uma perda da libido, uma fraqueza muscular, um déficit cognitivo, uma perda de massa magra, e assim vai. Somente um profissional experiente pode identificar esses casos”, diz o profissional.
O médico salienta ainda outro sintoma bem comum de ser entendido como uma baixa hormonal é a menopausa. Com o avanço da idade, a mulher perde a capacidade de produzir hormônios através dos ovários, principalmente o estradiol e progesterona. “Os diversos sintomas desagradáveis são queda de cabelo, alteração de humor, fogachos (calores intensos), aumento de peso, alterações de libido e sono”, indica o especialista.
Segundo ele, o diagnóstico precoce e a terapia de reposição hormonal isomolecular, de forma correta, é o que existe de melhor, tanto para aliviar os sintomas, quanto para propiciar longevidade e saúde para essas mulheres.
O que fazer no caso de desequilíbrio hormonal
Conforme o especialista, no caso de desequilíbrio hormonal, a primeira ação é identificar a causa, e não simplesmente buscar repor esses hormônios em primeiro momento. Ele aponta algumas perguntas que exigem investigação:
“Qual é a causa desse desequilíbrio? É uma dieta inadequada? Um sono que está mal dormido? O estresse está elevado? É a falta de alguns nutrientes que são a matéria-prima e cofatores para a produção desses hormônios? Algum distúrbio anatômico ou mesmo mecânico, ou vascular?”, questiona.
De acordo com o médico, identificar a causa é fundamental para, a partir daí, fazer o tratamento direcionado, suplementar os minerais, as vitaminas, os nutrientes faltosos, otimizar os hábitos de vida desse paciente, fazer um gerenciamento do stress, corrigir vícios e hábitos ruins, melhorar a qualidade do sono e estimular a prática de atividade física.
“Em casos selecionados, é preciso fazer suplementação. Além disso, é necessário um tratamento integrativo, em que eu viso enxergar o paciente como um todo, melhorando os seus hábitos, identificando a causa e tratando localmente, focalmente, de forma personalizada”, destaca.