O sedentarismo impacta diretamente na saúde física e mental. Isso porque as atividades físicas trazem inúmeros benefícios para o corpo, auxiliando no bem-estar. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos adultos brasileiros levam uma vida sedentária. Entre os jovens essa taxa é ainda maior, já que 84% deles não praticam nenhum exercício. Esses números alertam para as consequências desse ócio na saúde da população.
Marcial Pereira, que é médico do esporte e especialista da BurnUp, plataforma focada em saúde mental e emocional, explica que as práticas físicas beneficiam o corpo e a mente. Nesse sentido, diversos estudos apontam a atividade física como uma estratégia essencial para regular o estresse, podendo inclusive prevenir sintomas de esgotamento mental relacionados à síndrome de Burnout.
“Um estudo publicado pelo British Medical Journal, mostrou que o exercício é considerado um tratamento eficaz para a depressão, com resultados semelhantes à psicoterapia e terapia medicamentosa, em variadas formas, como ioga, tai chi chuan, caminhada, corrida ou treino de força na academia”, acrescenta o profissional que é especialista da BurnUp.
Além de reduzir a ansiedade e a depressão, melhorando a função cognitiva, o exercício contribui para a capacidade laboral. Assim, é possível melhorar o desempenho nas atividades do dia a dia. “Exercícios leves, moderados e vigorosos demonstraram reduzir a gravidade de vários transtornos neuropsicológicos”, esclarece o médico.
Como o sedentarismo impacta a saúde mental
Levar uma vida sedentária prejudica o metabolismo, afetando diversas funções fundamentais ao corpo. Além disso, pode elevar o risco de desenvolver doenças como problemas cardiovasculares, diabetes, câncer e obesidade. Também se associa à redução da longevidade e da independência.
O especialista ressalta que o sedentarismo afeta a produção e liberação de neurotransmissores. É o caso da serotonina, endorfina e dopamina, substâncias importantes para regular o humor, influenciando no bem-estar, felicidade, memória e concentração.
Nesse sentido, a relação entre os neurotransmissores e o exercício físico demonstra que se movimentar é uma ótima opção para quem busca cuidar da saúde mental.
Benefícios do exercício físico
- Antiestresse: o exercício pode se conectar a uma menor reatividade fisiológica em relação ao estresse. Por isso, aqueles que se exercitam mais podem ser menos afetados pelo estresse que enfrentam.
- Atenção: a prática pode melhorar a atenção, o foco, a memória, a cognição, a fluência da linguagem, influenciando a tomar decisões por até duas horas após o treino realizado.
- Humor: as atividades fazem com que o cérebro produza mais peptídeos opióides endógenos, ativando o sistema endocanabinóide, responsável por reduzir a dor e melhorar o humor. Tanto a endorfina quanto o sistema endocanabinóide cerebral atuam como uma espécie de anti-inflamatórios naturais que atenuam sentimentos de preocupação e desesperança.
- Foco: o exercício físico auxilia na distração de pensamentos e emoções negativas. Pessoas que se exercitam regularmente têm um melhor estado de espírito.
- Sono: praticar exercícios regularmente também pode melhorar a qualidade do sono, o que é um aspecto fundamental para controle da ansiedade.
