O ator e cantor Arthur Singer morreu na última quinta-feira (6), vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. O adolescente participou em 2021 do reality show musical Canta Comigo Teen, da Record, e também atuou nos musicais The Pilgrims e Matilda.
Meire Adriane, mãe de Arthur, contou ao Gshow que os médicos identificaram que ele havia nascido com uma má formação no cérebro. “Má formação essa que nunca foi detectada porque o meu filho nunca reclamou de dor de cabeça e a gente só procura fazer uma tomografia, uma ressonância, quando nós temos uma queixa”, detalhou.
O que é o AVC hemorrágico?
O AVC hemorrágico é resultado de uma ruptura de uma artéria ou de uma veia do cérebro. Isso provoca o extravasamento de sangue para dentro do tecido cerebral, explica o Dr. Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares.
Segundo ele, a forma hemorrágica representa 20% dos casos de acidente vascular cerebral. O AVC isquêmico, por outro lado, é responsável pela grande maioria dos episódios (80%). Nos casos isquêmicos, uma artéria fica obstruída, deixando determinada região do cérebro sem sangue (isquemia cerebral).
As principais causas do AVC hemorrágico são um pico hipertensivo, os aneurismas cerebrais e as malformações arteriovenosas, que é o caso de Arthur Singer, explica o neurocirurgião.
“A má formação arteriovenosa ainda é uma doença congênita, ou seja, se desenvolveu durante o período embrionário. Ela tem três sintomas principais: dores de cabeça, epilepsia e o AVC hemorrágico, que é o sangramento”, afirma o médico.
Má formação congênita e a importância de se manter alerta
Vitor lembra que, muitas vezes, essas malformações podem ser assintomáticas, que provavelmente foi o que aconteceu com o Arthur. “Ou seja, o paciente era assintomático previamente, nunca teve nem dor de cabeça, nem crise compulsiva e infelizmente foi só descobrir quando ela sangrou fazendo o AVC hemorrágico”, diz.
Conforme o especialista, nesses casos, não há muita saída.”Isso porque a gente só tem o hábito de pedir exames de imagem pros pacientes, sobretudo em crianças, quando elas são sintomáticas”, justifica.
O profissional aproveita para destacar que, normalmente, os AVCs em crianças podem ter uma uma apresentação diferente do adulto, e normalmente as causas são outras. “Em idosos, por exemplo, os AVCs são decorrentes de comorbidades como hipertensão e diabetes, que vão levar à formação de placa de gordura ou a aneurismas cerebrais. Já em crianças, as causas são as doenças congênitas”, explica.
“Na menor suspeita que o paciente pode tá tendo um AVC, tem que procurar rapidamente o hospital mais próximo. Isso porque tem tratamento e, quanto mais rápido for, maiores são as chances do paciente sair com recuperação do quadro”, ressalta Vitor.