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Fernando Zor e o vício em zolpidem: quais os riscos do uso indiscriminado?

A dupla com Sorocaba revelou ter vício no medicamento zolpidem, relatando chegar a tomar 15 comprimidos por dia

Fernando Zor e o vício em zolpidem: quais os riscos do uso indiscriminado?
Fernando Zor e o vício em zolpidem: quais os riscos do uso indiscriminado? - Foto: Reprodução Instagram (@fernando)

Na última semana, o sertanejo Fernando Zor, da dupla com Sorocaba, relatou um episódio dramático vivenciado por ele, ao misturar bebida alcoólica e a medicação Zolpidem. Além disso, o cantor de 38 anos confessou estar viciado neste indutor do sono,. Ele contou que chega a tomar 15 cápsulas por dia para conseguir apagar, após exaustiva rotina de trabalhos. 

O alerta serve para chamar atenção sobre os perigos dessa mistura explosiva de remédios e álcool. Além da precaução com o uso prolongado ou sem indicação médica de medicamentos, provocando tolerância, dependência, surtos de alucinação ou sonambulismo, alerta a psicanalista Dra. Andréa Ladislau.

Riscos do uso indiscriminado de zolpidem e outros medicamentos

A especialista acrescenta que, além do zolpidem, temos uma cesta vasta de hipnóticos, ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores de humor, entre outros, com utilização banalizada pelo ser humano. Os medicamentos servem para o tratamento de diversos quadros e sintomas psicoemocionais. 

“Porém, a ideia não é levantar uma bandeira de que os medicamentos são vilões, de forma alguma. Não são. Pelo contrário, são muito importantes no sucesso do combate à doenças, sejam elas físicas ou mentais. A grande questão é o excesso e prolongamento desse uso, além da automedicação”, afirma. 

Para a psicanalista, se faz urgente a promoção do uso racional de medicamentos, pois a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros. Em excesso, pode causar sérios riscos à saúde, como dependência química, intoxicação e até levar à morte. 

Além disso, o uso indiscriminado de medicamentos pode dificultar um diagnóstico, mascarar sintomas das doenças e criar resistência à bactérias, por exemplo. “Por isso, fica o alerta: sempre que precisar, procure um médico, antes de recorrer a indicação de amigos, pesquisas no google ou à sua caixinha de remédios favorita”, destaca.

O consumo desses remédios cresce cada vez mais

Outro fator importante envolvendo o uso excessivo de zolpidem e suas consequências é que muitos outros remédios estão se tornando ícones de uma sociedade psiquicamente doente, aponta a psicanalista.

Pesquisas demonstram que, durante e após a pandemia, o consumo medicamentoso aumentou em mais de 20% em relação aos 12 meses anteriores ao período pandêmico, informa Andrea. 

“São milhões de caixas de remédios consumidas para dormir, acordar, emagrecer, sorrir e ficar feliz, diminuir a ansiedade, melhorar o humor, aumentar a libido, dentre outros objetivos. E o mais assustador dos dados: o número de crianças e jovens fazendo uso regular e contínuo de medicações psiquiátricas, triplicou nos últimos dois anos”, alerta.

“É incontestável a importância dos remédios para cura e controle do sofrimento psíquico e das doenças. Porém, tudo isso nos leva a refletir sobre os nossos limites. Afinal, todo excesso reflete uma falta. Onde estão nossas faltas e quais são elas, que precisam ser ‘preenchidas’ apenas com medicamentos, transformando-os em muletas de apoio?”, indaga.

Para a profissional, o caso do sertanejo Fernando, sinaliza, mais uma vez, a necessidade de buscar auxílio de um profissional de saúde mental para que possa entender o que realmente está despertando gatilhos que estejam afetando seu sono, seu apetite, alterando seu humor, dificultando sua interação social, retirando seu foco e atenção, já que muitas podem ser as respostas para suas dores. 

“Com a orientação médica e psicoterápica adequada, é possível a introdução de hábitos mais saudáveis e a utilização racional dos fármacos. O assunto em questão deve ser levado a sério e é preciso se preservar quando a questão gira em torno dos excessos do ser humano, ou do contrário, as consequências podem ser ainda mais desastrosas”, finaliza a Dra. Andrea Ladislau.       

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