Não precisa estar apaixonado para saber que o amor causa borboletas no estômago e palpitações no coração. Além disso, esse sentimento celebrado no Dia dos Namorados também produz hormônios específicos, e gera efeitos no cérebro. Mas não para por aí: de acordo com especialistas, o amor também promove vantagens para a saúde cardíaca.
Menor risco de doenças cardiovasculares
Uma delas é a diminuição dos riscos cardiovasculares, a principal causa de morte no mundo. O estado emocional tem parte importante em todas as glândulas e órgãos, principalmente o coração, que passa por alterações na aceleração, nos vasos sanguíneos e nas plaquetas. Segundo um estudo realizado pela Sociedade Britânica Cardiovascular, 42% das pessoas que não possuem um parceiro têm mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares.
“Quando as pessoas estão em um relacionamento saudável, geralmente o estado emocional delas também está melhor. O cérebro e o coração são parte de um eixo só, então elas tendem a ter melhores parâmetros hemodinâmicos, ou seja, a pressão arterial fica mais baixa e os batimentos cardíacos mais controlados”, afirma a Dra. Salete Nacif, cardiologista do Hcor (Hospital do Coração).
Ocitocina – hormônio do amor
Além disso, o corpo produz a ocitocina, o chamado “hormônio do amor”, responsável por reduzir o estresse e promover o bem-estar físico e emocional. O neurotransmissor também promove a vasodilatação, aumentando o diâmetro das artérias, inclusive as coronarianas, prevenindo isquemias e o surgimento da hipertensão arterial.
“Esse hormônio também diminui os sintomas de depressão, ansiedade e fobia social. Nas mulheres, os distúrbios psicológicos são responsáveis por causar duas vezes mais Doenças Isquêmicas do Coração (DIC). Já nos homens, a liberação da ocitocina também previne a hipertensão arterial e favorece o relaxamento muscular”, explica a especialista.
Outros impactos do amor no corpo
Há também a descarga de outros neurotransmissores, como a serotonina e a endorfina, chamados de “hormônios benéficos”, que estimulam o bem-estar emocional e físico. A adrenalina também entra em ação quando a emoção é a chave principal, mas esse sentimento, quando em excesso, pode causar uma reação um pouco inusitada.
“Muito se fala sobre a Síndrome do Coração Partido e sua relação com situações ruins, mas também acontece quando a pessoa é submetida a uma felicidade extrema por causa dessa descarga de adrenalina, ainda que seja muito raro”, expõe a médica.
Cuidando do coração
Apesar de todos esses benefícios, não dá para apostar unicamente no amor para garantir a saúde do coração. É preciso adotar cuidados básicos, como adotar uma dieta balanceada com pouco sódio, controlar a hipertensão e abandonar o sedentarismo. Aliás, a Dra. Salete explica que fazer atividades junto com o parceiro é uma maneira de ajudar a manter o órgão funcionando bem.
Isso acontece porque os hormônios liberados durante esse convívio ajudam a regular a pressão e os batimentos cardíacos. “O ideal é fazer algo que leve prazer ao casal, alinhado com as limitações de cada um. Há várias atividades que podem ser realizadas em conjunto, como o próprio exercício físico, uma caminhada ou, caso procurem algo diferente, aulas de dança de salão, por exemplo. Qualquer atividade vai ajudar o coração a bater mais saudável”, finaliza a cardiologista.