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Craniotomia: neurocirurgião explica a cirurgia feita pelo presidente Lula

Luiz Inácio Lula da Silva precisou passar por uma craniotomia na madrugada desta terça-feira (10); entenda cirurgia

O presidente Lula precisou passar por uma craniotomia na madrugada desta terça-feira (10)
O presidente Lula precisou passar por uma craniotomia na madrugada desta terça-feira (10) - Foto: Juergen Nowak / Shutterstock.com

O presidente Lula passou por uma craniotomia na madrugada desta terça-feira (10) para realizar a drenagem de um hematoma. A lesão é decorrente de uma queda sofrida em outubro, no banheiro de sua residência, em Brasília.

De acordo com a equipe médica do Hospital Sírio-Libanês (SP), que realizou a craniotomia, o presidente Lula está bem, conversa e se alimenta normalmente. Ele também não ficará com sequelas e suas funções neurológicas estão preservadas.

Para entender melhor sobre o procedimento, consultamos o Dr. Fernando Gomes, que é neurocirurgião do Hospital das Clínicas de SP. Confira a seguir informações importante sobre o procedimento cirúrgico.

O que é craniotomia?

Segundo o especialista, a craniotomia envolve a remoção de uma parte do osso craniano (cabeça) para permitir o acesso ao cérebro. “Este tipo de cirurgia é utilizado para tratar diversas condições neurológicas, como tumores cerebrais, hemorragias intracerebrais, lesões traumáticas, infecções e malformações vasculares”, comenta Dr. Fernando Gomes.

O procedimento pode ser resumido em três etapas:

  • Incisão: O cirurgião realiza uma incisão na pele do couro cabeludo, expõe o crânio e remove uma seção do osso craniano, criando um “flap” que pode ser levantado.
  • Acesso ao cérebro: Com o osso removido, o cirurgião pode acessar o cérebro e tratar a condição específica, como a remoção de um tumor, a coagulação de um vaso sanguíneo ou a evacuação de um hematoma.
  • Fechamento: Após a intervenção, o “flap” de osso é reposicionado e fixado, e a incisão na pele é suturada.

Recomendação da cirurgia

A craniotomia é considerada uma cirurgia de grande porte devido à complexidade e aos riscos associados. Por isso, ela é recomendada em casos como:

  • Tumores cerebrais (benignos ou malignos);
  • Hemorragias intracerebrais (como hematomas ou aneurismas);
  • Lesões traumáticas na cabeça (como fraturas que afetam o cérebro);
  • Infecções cerebrais, como abscessos;
  • Algumas malformações vasculares, como malformações arteriovenosas.

Quanto tempo leva para se recuperar?

Para o Dr. Fernando Gomes, o prazo para a recuperação após uma craniotomia pode variar bastante de paciente para paciente, dependendo de vários fatores, como a extensão da cirurgia, a saúde geral do paciente e a condição tratada. Nesse sentido, a recuperação inicial pode levar de algumas semanas a meses, e a reabilitação pode ser necessária para restaurar funções cognitivas ou motoras.

No caso do presidente Lula, a previsão é de seu retorno a Brasília aconteça no início da próxima semana. Por enquanto, a ordem médica é de que o chefe de Estado não receba visitas de trabalho até estar completamente recuperado.

Existem chances de ocorrer um novo sangramento?

O neurocirurgião afirma que sim, principalmente se a craniotomia for realizada para tratar uma hemorragia. “O risco depende de diversos fatores, incluindo a origem do sangramento, a saúde vascular do paciente e se houve a correção de problemas subjacentes que podem causar novas hemorragias. O acompanhamento médico contínuo é essencial para monitorar qualquer sinal de complicação”, explica.

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