A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o surto do vírus Marburg na Guiné Equatorial, colocando o mundo todo sob estado de alerta. O vírus é da mesma família do Ebola, Filoviridae. O morcego é o reservatório e principal forma de transmissão, além do contato com sangue ou secreções de um humano infectado.
“Na África, por ser área de circulação de morcegos que transportam o vírus, dificuldades sanitárias no atendimento de casos e questões culturais – como os ritos funerais – aumentam a probabilidade de um surto ocorrer. Apesar disso, como já se sabe as vias de transmissão, a partir da identificação de um surto é possível conter a disseminação entre humanos”, analisa o Dr. Bernardo de Almeida, mestre em doenças infecciosas pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Diretor Médico da Hilab.
O médico explica que a infecção provoca uma reação inflamatória sistêmica, que predispõe a sangramentos e perda de líquidos. Ao mesmo tempo, ocorre uma disfunção vascular, que explica a evolução para o estado de choque na maior parte dos casos. “Caso essa situação não tenha diagnóstico e tratamento precoce, há evolução para o óbito, que ocorre em até 80% dos casos”, alerta Bernardo.
O infectologista destaca ainda que, nesse momento, as chances do vírus Marburg chegar ao Brasil são remotas. No entanto, o risco de casos em outros países ou continentes pode aumentar, caso o surto saia de controle e continue aumentando. Para evitar novas contaminações, é necessário adotar medidas de controle semelhantes àquelas contra o vírus Ebola.
É possível evitar novos casos, por exemplo, com diagnóstico precoce e isolamento dos casos suspeitos. “O uso de equipamentos de proteção individual também se torna fundamental para evitar que a equipe de profissionais de saúde contraia a infecção durante o atendimento”, destaca o Dr. Bernardo.