Na segunda quinta-feira de outubro, se comemora o Dia Mundial da Visão. O marco foi uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) junto a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB). Além de ser uma oportunidade para promover discussões acerca da saúde ocular, a data objetiva incentivar a população nos cuidados com os olhos.
De acordo com a OMS, 90% dos casos de cegueira são evitáveis. Os números seguem alarmantes ao se analisar as estatísticas: a cada cinco segundos, um adulto perde a visão em algum lugar do mundo. No caso das crianças, essa realidade acontece a cada minuto. Por isso, entender os impactos das doenças visuais na qualidade de vida e saber como preveni-las é fundamental.
No Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia estima que cerca de um milhão de pessoas sejam cegas. Segundo dados, outras quatro milhões apresentam deficiências visuais, com até 30% da capacidade de visão.
Apesar de preocupante, é possível evitar grande parte dessas manifestações por meio de diagnósticos precoces.
Principais causas dos problemas da visão
Antônio Sardinha, oftalmologista do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), explica que a catarata é uma das principais causas da cegueira progressiva no país. “O Brasil lidera o ranking de pacientes que perderam a visão por conta dessa patologia”. Ainda que muito recorrente, é possível reverter o problema se tratá-lo adequadamente.
Além da catarata, o especialista alerta que outras doenças também têm responsabilidade pela perda da visão. É o caso do glaucoma, da retinopatia diabética e da degeneração macular. Em geral, os quadros se agravam quando recebem o diagnóstico tardio.
Alguns hábitos como o uso recorrente de celulares e outras telas também têm um impacto negativo na saúde ocular e podem contribuir para o aumento dos problemas visuais. “Para evitar complicações, é essencial consultar um oftalmologista anualmente para identificar precocemente qualquer alteração que possa evoluir para perda visual”, recomenda o oftalmologista.
Quais os níveis de função da visão?
1.Visão normal
2.Deficiência visual moderada
3.Deficiência visual grave
4.Cegueira
Essa classificação tem como parâmetro duas escalas oftalmológicas. A primeira é referente a acuidade visual, ou seja, a capacidade de reconhecer objetos a distância. Já a segunda diz respeito ao campo visual.
Diferente do que pensa o senso comum, cega não é apenas a pessoa que apresenta incapacidade total de ver. Indivíduos que convivem com prejuízos na visão que os incapacitam na realização de tarefas cotidianas também entram nessa classificação. Por isso, a avaliação profissional é essencial para aplicar um tratamento adequado e promover uma maior qualidade de vida.
Diagnóstico
A visão é um dos mais importantes meios para se comunicar com o ambiente e com o outro. Isso porque cerca de 80% das informações são obtidas por meio dos olhos. Essa relevância implica em cuidados especiais, como consultas regulares ao oftalmologista.
O acompanhamento profissional permite a medição da acuidade visual, além de detectar qualquer alteração que necessite de tratamento médico. Dessa forma, é possível evitar precocemente o desenvolvimento de complicações que possam resultar na cegueira. Doenças como hipertensão e diabetes também precisam de monitoramento, pois podem desencadear sintomas oculares.
Nesse sentido, o exame oftalmológico regular auxilia no diagnóstico de infecções ou sintomas de doenças. Os exemplos mais comuns são:
- perda ou visão turva
- flashes de luz, dor nos olhos
- vermelhidão
- coceira
- inchaço e irritação ao redor dos olhos
Conheça outras medidas de proteção ocular:
- Evite se automedicar
- Não coce ou esfregue os olhos
- Remova a maquiagem antes de dormir
- Verifique a validade dos produtos e não compartilhe maquiagem
- Controle o nível de glicose para evitar problemas decorrentes do diabetes
- Higienize a área ao redor dos olhos diariamente
- Use óculos ou lentes quando prescritos
- Utilize óculos escuros em ambientes muito claros
- Pisque frequentemente para evitar a Síndrome da Visão de Computador