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Kéfera come pepino com gelatina diet para driblar compulsão alimentar: funciona?

Influenciadora publicou vídeo nas redes sociais em que aparece comendo pepino com gelatina diet em pó para reduzir compulsão alimentar

Kéfera come pepino com gelatina diet para driblar compulsão alimentar: funciona? - Foto: Reprodução Instagram (@kefera)

A atriz e influenciadora Kéfera Buchmann deu o que falar ao publicar um vídeo em seu Instagram em que aparece comendo um pepino com gelatina diet em pó. A estratégia, segundo ela, seria controlar a compulsão alimentar.

“Está com vontade de doce? Está fazendo estratégia igual eu para a compulsão alimentar não atacar e ir lidando com ela? Tem um plano a ser seguido? Não estou falando de ficar maluca aqui, hein, estou falando de ajudar a nossa cabeça”, disse a atriz. Mas será que essa técnica realmente funciona?

Compulsão alimentar

Primeiro é preciso entender o que é compulsão alimentar. A nutricionista Camila Pedrosa explica que a condição se caracteriza pela pela vontade de consumir uma grande quantidade de alimentos em um curto período, muito além do que a maioria das pessoas comeria. 

“Na compulsão acontece o consumo excessivo e descontrolado de alimentos em um curto período de tempo, muitas vezes acompanhado por sentimentos de falta de controle durante esses episódios. Podem ocorrer comportamentos compensatórios, como vômitos ou uso de laxantes”, diz a especialista.

Segundo ela, o tratamento para esse quadro deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais que auxiliem o paciente a compreender as razões por trás desses episódios.

Isso porque quando o paciente compreende os motivos por trás da compulsão alimentar, ele consegue aprender a reagir adequadamente quando esses episódios surgem. 

Basicamente, para lidar com a compulsão alimentar é crucial entender as razões por trás do comportamento, evitar dietas restritivas, buscar prazeres não relacionados à comida e compreender o aspecto emocional da alimentação, indica a nutricionista. “O controle multidisciplinar é necessário, pois existem fatores além do simples autocontrole”, reforça.

O perigo das dietas restritivas

Conforme Camila, um ponto crucial no tratamento da compulsão alimentar é evitar dietas restritivas, que frequentemente levam ao medo de comer e a uma falsa sensação de controle. “Não adianta restringir sem entender e tratar a causa, pois a vontade vai sempre voltar. Essas dietas podem fazer com que a pessoa passe muito tempo pensando nos alimentos restritos, sem aprender a lidar com eles de maneira saudável”, adverte.

Ela afirma ainda que dietas restritivas podem desencadear transtornos alimentares ao promover o medo de comer, o que é especialmente perigoso para quem já tem compulsão alimentar. “Isso porque elas porque geram um ciclo de privação e desejo por certos alimentos, promovem um medo irracional de comer, criam uma relação negativa com a comida ao categorizá-la como “boa” ou “ruim”, e impactam o estado emocional, desencadeando ansiedade e intensificando a compulsão” alerta a especialista.

Por isso, a profissional não recomenda o uso de técnicas que não promovam uma relação saudável e equilibrada com os alimentos. “Substituir a vontade de comer sem aprender a ter uma alimentação equilibrada não é eficaz”, destaca. 

Vontade de comer açúcar

Camila ressalta que uma alimentação equilibrada reduz naturalmente a vontade de comer alimentos excessivamente doces ou salgados – algo muito característico da compulsão alimentar. Por outro lado, aumenta o prazer ao consumir frutas, vegetais e o comer consciente. Vale destacar que uma alimentação equilibrada pode incluir doces e alimentos considerados menos saudáveis, desde que haja um equilíbrio com alimentos nutritivos. 

“A comida vai além da nutrição, está relacionada à afeto e memórias. O problema surge quando a comida domina nossas decisões. Assim, a reflexão final é que podemos comer de tudo, desde que não comamos tudo. Manter um controle alimentar diversificado permite uma vida mais leve, com menos restrições e sofrimento”, diz a nutricionista.

Já em relação à vontade de comer açúcar, a profissional sugere que os pacientes abordem o consumo desses doces de maneira consciente e com atenção plena, evitando distrações como televisão ou celular. “Ao saborear o doce de forma atenta, apreciando cada mordida, é possível reduzir a quantidade necessária para satisfazer a vontade”, orienta.

Ela destaca ainda que o uso indiscriminado da gelatina diet é uma restrição que deveria ser evitada, já que contém uma grande quantidade de adoçantes que podem confundir o cérebro, aumentando a vontade de consumir açúcar. “Isso ocorre porque o cérebro, ao receber adoçantes, continua a demandar glicose, levando a desejos constantes por alimentos doces”, explica a profissional.

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