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Laserterapia: conheça a técnica e suas diferentes aplicações

A laserterapia não causa dor, efeitos colaterais ou cicatrizes, e pode ser usada em diferentes tratamentos, da saúde oral ao pós-parto

Laserterapia: conheça a técnica e suas diferentes aplicações
Laserterapia: conheça a técnica e suas diferentes aplicações - Foto: Shutterstock

Sem dor, sem efeitos colaterais e sem cicatrizes. Estes são alguns dos benefícios da laserterapia, técnica que utiliza a aplicação de fontes de luz para tratar diversas condições médicas. 

Como funciona o uso de laser?

Segundo Renata Iak, parteira e enfermeira obstetra, o Laser Terapêutico de baixa potência é o mais moderno e eficaz tratamento de feridas. Isso porque ele proporciona rápida melhora da pele, sem efeitos colaterais e é de fácil aplicação. 

“Existem dois tipos de laser de baixa potência: o vermelho e o infravermelho. O laser vermelho é regula a cicatrização. Já o infravermelho alcança maiores profundidades, sendo então melhor aplicado para efeito analgésico, no processo inflamatório e reparação”, explica Renata.

A laserterapia se destaca como um bioestimulador para o reparo tecidual, aumentando a circulação local, a proliferação celular e a síntese de colágeno. “Quando a luz laser interage com as células e tecidos na dose adequada, pode estimular certas funções celulares, como o sistema de defesa, o aumento na produção de energia e a proliferação de vários tipos de células, promovendo, assim, efeitos anti-inflamatórios”, comenta a enfermeira.

“Comparada a outros tratamentos, a laserterapia oferece várias vantagens potenciais, embora sua eficácia possa variar dependendo do caso específico e da condição tratada”, afirma a odontopediatra da clínica IGM Odontopediatria Dra. Ilana Marques. A especialista indica algumas das vantagens geralmente associadas à laserterapia. Confira:

5 vantagens da laserterapia

Não invasiva: a laserterapia é um tratamento não invasivo, o que significa que não requer incisões cirúrgicas nem procedimentos agressivos. Ela utiliza luz de baixa intensidade para penetrar na pele, sem causar dor significativa ou danos aos tecidos circundantes.

Baixo risco de efeitos colaterais: a técnica apresenta um risco relativamente baixo de efeitos colaterais graves, desde que seja administrada corretamente por profissionais qualificados. Em comparação com tratamentos mais invasivos, como cirurgia ou medicação oral, a laserterapia geralmente tem um perfil de segurança melhor.

Promove a cicatrização e regeneração: a luz laser tem a capacidade de estimular o metabolismo celular e aumentar a produção de adenosina trifosfato (ATP), que é a principal fonte de energia para as células. Isso pode acelerar a cicatrização de feridas, promover a regeneração de tecidos danificados e reduzir o tempo de recuperação.

Alívio da dor: a laserterapia é capaz de aliviar a dor em uma variedade de condições, como artrite, lesões esportivas, dores musculares e articulares, dor crônica, entre outras. A luz laser ajuda a reduzir a inflamação, aumentar a circulação sanguínea e estimular a liberação de endorfinas, substâncias químicas naturais que atuam como analgésicos.

Versatilidade: ela se adapta a diversas condições médicas e, além disso, é possível aplicá-la em diferentes partes do corpo. Ela pode para tratar feridas, lesões musculares, inflamações, problemas dermatológicos, dores crônicas, entre outros. Isso porque existem diferentes tipos de lasers com propriedades específicas que podem se ajustar conforme necessário.

“É importante ressaltar que a eficácia da laserterapia pode variar dependendo da condição tratada, da resposta individual do paciente e da correta aplicação do tratamento. É essencial consultar um profissional de saúde qualificado para determinar se a laserterapia é a opção adequada para o seu caso específico”, destaca Ilana. 

Laserterapia na odontologia

Uma das áreas da medicina que mais se beneficia com a técnica é a odontologia. De acordo com Ilana, a laserterapia é uma opção de tratamento para diversas condições da saúde oral A profissional cita algumas das principais indicações:

Tratamento de lesões orais: é o caso de úlceras aftosas (aftas), herpes labial, estomatite aftosa recorrente e língua geográfica, candidíase oral, traumas de tecidos duros e moles. A luz laser acelera a cicatrização, alivia a dor, reduz a inflamação dessas lesões, além de reduzir a carga viral, bacteriana e fúngica.

Cirurgia oral: a técnica auxilia na remoção de tecido gengival excessivo (gingivectomia), tratamento de periodontite (terapia periodontal), remoção de tecido mole (exérese de lesões), frenectomias (remoção de freios labiais ou linguais) e cirurgia de implantes dentários. O laser pode oferecer vantagens, como ausência de sangramento, melhor pós-operatório e cicatrização mais rápida, além de dispensar suturas. 

Tratamento endodôntico: é uma opção para tratamentos de canal (endodontia) para desinfecção do sistema de canais radiculares. O laser pode auxiliar na eliminação de bactérias presentes nos canais radiculares e melhorar a descontaminação, aumentando as chances de sucesso do tratamento.

Clareamento dental: a luz laser ativa o gel clareador, acelerando o processo de clareamento. Essa técnica pode proporcionar resultados mais rápidos em comparação com o clareamento tradicional.

Tratamento de sensibilidade dentária: a sensibilidade dentária é a dor ou desconforto causado pela exposição da dentina (camada interna do dente). O laser pode ajudar a selar os túbulos dentinários expostos, reduzindo a sensibilidade.

Tratamento de disfunção da articulação temporomandibular (ATM): A laserterapia pode ser parte de um plano de tratamento abrangente para a disfunção da ATM, pois ajuda a reduzir a dor, a inflamação e a melhorar a função da articulação.

Laserterapia no pós-parto

Renata destaca que a laserterapia pode trazer diversos benefícios para a saúde feminina no pós-parto. “A laserterapia atua como analgésico, anti-inflamatório, tem capacidade cicatrizante e de regeneração de feridas (mamilares, feridas operatórias, lacerações, episiotomia). Além disso, atua em ferida operatória de cesárea, laceração de períneo, episiorrafia e edema. Também pode ser usada para combater a candidíase mamilar”, informa a profissional.

A aplicação é indolor e não invasiva. Não existem contraindicações para a amamentação e também não requer medicação ou outra preparação, prevenindo os efeitos secundários, como infecções bacterianas e fúngicas devido à lesão exposta, abcessos e mastite.

“A laserterapia não provoca aquecimento ou queimaduras. Sua aplicação é rápida e segura, mas deve ser realizada por um profissional habilitado, da área da saúde e que tenha especialização em anatomia e fisiologia, ferimentos e de manejo clínico da amamentação, para garantir uma avaliação integral e tratamento direcionado”, explica Renata.

Cuidados e contraindicações

Embora a laserterapia seja geralmente considerada segura e com poucos efeitos colaterais, existem algumas contraindicações e possíveis riscos associados ao seu uso, adverte Ilana. “É importante destacar que o perfil de segurança da laserterapia pode variar dependendo do tipo de laser, parâmetros de tratamento, condição do paciente e competência do profissional que realiza o procedimento”, afirma. A especialista deixa algumas considerações importantes:

Proteção ocular: é fundamental proteger os olhos durante a laserterapia, pois a exposição direta à luz laser pode causar danos na retina e afetar a visão. Tanto o paciente quanto o profissional de saúde devem usar óculos de proteção apropriados para evitar qualquer risco aos olhos.

Gravidez: mulheres grávidas devem evitar a laserterapia, especialmente na região abdominal e pélvica, devido à falta de dados suficientes sobre os efeitos da exposição laser no feto em desenvolvimento. É importante discutir qualquer tratamento a laser com o médico durante a gravidez.

Câncer: em geral, a laserterapia não é recomendada diretamente sobre tumores cancerígenos, a menos que seja parte de um tratamento específico para câncer, como terapia fotodinâmica. É importante discutir a terapia a laser com o oncologista ou especialista responsável pelo tratamento do câncer antes de iniciar qualquer procedimento.

Sensibilidade à luz: algumas pessoas podem ser mais sensíveis à luz e podem experimentar reações adversas, como queimaduras ou pigmentação irregular da pele, em resposta à laserterapia. É necessário realizar uma avaliação cuidadosa da pele e da resposta individual antes de prosseguir com o tratamento.

Condições específicas: existem certas condições médicas em que a laserterapia pode ser contraindicada ou requerer precauções adicionais. Isso inclui infecções ativas, distúrbios de coagulação sanguínea, distúrbios de sensibilidade, histórico de epilepsia ou convulsões, entre outros. Um profissional de saúde qualificado deve avaliar essas condições antes de recomendar a laserterapia.

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