Já estamos no terceiro ano de pandemia de Covid, e a doença continua sendo um motivo de preocupação para autoridades sanitárias de todo o globo. Da mesma forma, o coronavírus também não para de surpreender a população, seja com novas variantes ou com sintomas inusitados.
Para fechar um ano de muitas reviravoltas, reunimos aqui três momentos de 2022 que a Covid nos causou bastante preocupação. Confira:
Subvariantes Ômicron
Em maio, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirmou os primeiros vasos da variante Ômicron XQ, que é o resultado de uma combinação entre as sublinhagens BA.1.1 e BA.2 da Ômicron comum.
Ela é, na verdade, uma variante recombinante. Ou seja, a mistura de duas sublinhagens da Ômicron: BA.1.1 e BA.2. A Inglaterra e o País de Gales, por exemplo, já haviam registrado dezenas de casos de variantes recombinantes desse tipo quando os casos do Brasil foram descobertos.
A partir da Ômicron ainda, surgiram ainda as subvariantes BQ.1 e XBB, que se mostraram resistentes à proteção das vacinas ou de infecções prévias. Em novembro, o Brasil registrou a primeira morte pela a BQ.1, em São Paulo.
E, no começo de dezembro, a OMS afirmou que 90% das pessoas têm alguma imunidade ao vírus. “Estamos muito mais perto de poder dizer que a fase de emergência da pandemia terminou, mas ainda não chegamos lá”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma entrevista a jornalistas.
Tedros lembrou que recentemente fez um ano que a OMS relatou o surgimento da Ômicron. Atualmente, existem mais de 500 subvariantes da Ômicron e todas são altamente transmissíveis. “Também há mutações que lhes permitem escapar mais facilmente da imunidade”, reforçou Tedros.
Covid longa
Conforme o tempo de pandemia passou, alguns sintomas da Covid permaneceram. O efeito ficou conhecido como Covid longa, e é marcado por tosse, fadiga e problemas de memória insistentes, além de outros sintomas.
Um estudo feito na Universidad Rey Juan Carlos, na Espanha, mostra que os efeitos da doença podem permanecer por mais tempo do que o imaginado. De acordo com a pesquisa, 67% das pessoas que tiveram a infecção sofrem com ao menos uma complicação da Covid longa dois anos depois.
O estudo, que saiu na revista médica JAMA, mostra como as complicações podem afetar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Os principais sintomas apontados foram fadiga, dor e perda de memória.
A pesquisa entrevistou 668 pessoas diagnosticadas com Covid-19. Desse total, 360 foram hospitalizadas, e as outras 308 se recuperaram da infecção em casa, sem necessidade de internação. Não se observou diferenças significativas nos sintomas pós-covid entre pacientes hospitalizados e não hospitalizados.
Língua peluda e outros sintomas inusitados de Covid
Assim como alguns sintomas persistiram ao longo do tempo, outros sinais incomuns foram relatados nos últimos dois anos de pandemia, mas especialmente em 2022. Um estudo com mais de 60 mil pessoas que testaram positivo para Covid mostrou que uma pequena porcentagem experimentou zumbido nos ouvidos, olhos doloridos, irritações na pele, erupções vermelhas no rosto ou nos lábios, perda de cabelo e dores nas articulações incomuns.
Uma análise maior, com mais de 600 mil pessoas, no Reino Unido, mostrou ainda que uma fração das pessoas com Covid-19 também desenvolveu feridas e bolhas roxas nos pés, além de dormência em todo o corpo, entre outros problemas. Além disso, um pequeno grupo de pessoas apresentou problemas como língua peluda, dedos roxos e erupções cutâneas.
O infectologista Dr. Bernardo Almeida, mestre em doenças infecciosas pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Diretor Médico da Hilab, explica que estes últimos sintomas costumam ser passageiros. No entanto, no caso de quadros persistentes é importante consultar um médico.
