Segundo o Ministério da Saúde, o glaucoma afeta mais de 900 mil pessoas no Brasil. Desse total, cerca de 2% da população acima de 40 anos é portadora da doença. Por isso, a condição tem frequentemente associação com pacientes mais velhos. No entanto, crianças também podem desenvolver o problema.
O glaucoma infantil é uma condição rara, e se divide basicamente em dois tipos: os glaucomas primários e glaucomas secundários, aponta Giovanna Marchezine, oftalmopediatra do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC).
“Os glaucomas primários são aqueles que não estão associados a nenhuma outra doença ocular ou nenhuma outra síndrome sistêmica. Nesse caso, apenas 10% dos pacientes têm uma herança genética associada. Os outros 90% são causados por alterações esporádicas e vão levar ao aumento da pressão intraocular”, explica a médica.
SIntomas de glaucoma em crianças
De acordo com a especialista, os primeiros sinais de glaucoma em crianças incluem lacrimejamento excessivo junto com a perda da transparência da córnea. “Ela começa a ficar mais opacificada e também maior. Tanto a córnea quanto o globo ocular ficam grandes, chamamos isso de buftalmo”, diz Giovanna.
Tratamento
Os glaucomas infantis, sejam primários ou secundários, e os glaucomas juvenis, que são os que acontecem acima de 3 anos de idade, são severos, e que mais facilmente levam à cegueira, alerta a oftalmopediatra.
Os tratamentos realizados tem a finalidade de diminuir a pressão intraocular, sejam eles medicamentosos ou cirúrgicos. “Nessa faixa etária a grande maioria das crianças, em algum momento da vida, vão precisar de pelo menos um tratamento cirúrgico com a finalidade de manter a pressão intraocular mais baixa possível, a ponto de não causar lesão ao nervo óptico”, diz a médica.
No entanto, apesar do tratamento oportuno feito de forma correta, ainda sim os glaucomas infantis podem levar ao quadro de cegueira irreversível. “Isso é algo que precisa ser bem explicado aos pais, porque o acompanhamento precisa ser frequente e a adesão ao tratamento precisa ser bem feita, para que a gente possa garantir um mínimo de visão para essa criança”, destaca.
E nisso tudo está associado, claro, o diagnóstico precoce com profissional habilitado, em um estabelecimento que tenha suporte para tratamento de glaucoma infantil. Além disso, toda a reabilitação multiprofissional que essa criança precisa, finaliza a especialista.