A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula que os bebês devem se alimentar apenas do leite materno até os seis meses de idade. A partir desse momento, os pais devem iniciar a introdução alimentar, fase em que a alimentação começa a incorporar outros alimentos. No entanto, esse período pode ser repleto de desafios.
A fonoaudióloga Carla Deliberato explica que a alimentação complementar deve ser feita de forma gradual e prazerosa. Isso porque é nessa fase que a criança vai desenvolver o paladar e adquirir um hábito alimentar mais variado. Portanto, é importante estar atento à maneira que os alimentos são introduzidos na dieta dos pequenos.
Para auxiliar os pais que estão diante deste desafio, a especialista destaca os 5 erros mais comuns que os responsáveis cometem durante a introdução alimentar dos filhos. Confira:
1. Bater a comida no liquidificador ou passar na peneira
A fonoaudióloga explica que essa prática é incorreta, pois não estimula os movimentos de mastigação da criança. Outro ponto lembrado pela especialista é que ao visualizar as diferentes texturas e sabores dos alimentos, o bebê vai ter novas experiências e um interesse maior pela comida.
Segundo Carla, o alimento deve ser amassado ou cortado em pedacinhos (o chamado método BLW, do inglês “Baby-led weaning”, ou desmame guiado pelo bebê). “Quanto mais prolongada for a alimentação pastosa, maior pode ser a dificuldade da criança desenvolver o paladar e aceitar outros tipos de alimentos”, reforça.
2. Oferecer alimentos processados e doces
O ideal é que os pais ofereçam apenas refeições com alimentos dos seguintes grupos: proteína animal, leguminosas, tubérculos e cereais, legumes , verduras e frutas. Por isso, é importante evitar papinhas artificiais, embutidos, frituras e alimentos com sal. Os doces também devem ser evitados até os dois anos de idade.
As papas naturais de frutas e as papinhas naturais salgadas são as mais indicadas, indica a especialista. “Para temperar opte por ingredientes naturais e se precisar usar óleo, procure os vegetais, como óleo de canola, soja ou milho, mas também, sempre em pequena quantidade”, aconselha.
3. Deixar a criança sentar sem postura
A fonoaudióloga destaca que a criança deve estar bem posicionada na hora de comer, de preferência na cadeirinha de alimentação. Isso porque, a partir dos seis meses, ela já tem a capacidade motora de sustentar o tronco e de aproximar com as mãos os alimentos até a linha média da boca.
Há exceções como no caso de bebês que têm atraso no desenvolvimento. Neste caso, algumas adaptações talvez precisam ser feitas na cadeira de alimentação com o auxílio de um terapeuta. O objetivo é sempre deixar a criança bem posicionada durante as refeições.
4. Punir ou chantagear a criança
“O momento da refeição deve ser prazeroso, por isso os pais não podem castigar a criança por não querer comer ou oferecer uma recompensa, caso coma tudo”, adverte a médica.
5. Estimular o bebê com aparelhos eletrônicos
A hora de comer deve ser prazerosa, mas isso não significa que os pais devem usar de aparelhos eletrônicos para estimular a criança, como celulares, tablets ou televisão, por exemplo. O ideal é manter um disciplinado e tranquilo.
Carla alerta ainda que se o bebê recusar o alimento constantemente, apresentar náuseas ou vômitos, o ideal é procurar a ajuda de um fonoaudiólogo especialista em dificuldades alimentares.