Os distúrbios ou transtornos alimentares são perturbações relacionadas à alimentação. Eles são caracterizados por alterações na forma de se alimentar, o que normalmente ocorre devido a uma preocupação excessiva com o peso e a aparência do corpo. Por conta disso, é possível que a pessoa fique várias horas sem se alimentar, faça uso frequente de laxantes e evite sair para comer em locais públicos, por exemplo.
A médica nutróloga Dra. Marianna Magri explica que normalmente a desconfiança de um problema de perturbação alimentar começa no consultório do nutrólogo. No entanto, é o médico psiquiatra o responsável por dar o diagnóstico final.
Os transtornos alimentares podem trazer consequências sérias para a saúde, como problemas nos rins, no coração e até mesmo a morte. Isso porque pode haver a falta ou o excesso de nutrientes, dependendo do transtorno alimentar, o que interfere no funcionamento de alguns órgãos.
“De forma geral, os transtornos alimentares surgem com mais frequência nas mulheres, especialmente durante a adolescência. Eles costumam estar ligados a problemas como falta de aceitação do próprio corpo, baixa autoestima, ansiedade e depressão”, esclarece a médica.
Existem diversos tipos de transtornos alimentares, mas os três principais são: anorexia, bulimia e transtorno de compulsão alimentar, aponta a especialista. “90% dos casos de diagnósticos do transtorno alimentar se enquadram dentro desses três casos.” complementa Marianna.
Diferenças entre os transtornos alimentares
A anorexia ou anorexia nervosa é um distúrbio no qual a pessoa vê seu corpo sempre com excesso de peso, mesmo que ela esteja claramente com baixo peso, desnutrida e com o seu consumo alimentar bem abaixo de suas necessidades. Existe um medo intenso de ganhar peso e uma obsessão para emagrecer, sendo a sua principal característica a rejeição a qualquer tipo de comida.
De acordo com Marianna, uns dos principais sintomas da anorexia é olhar no espelho e se sentir gordo, não comer para não engordar, contar as calorias da refeição antes de comer, evitar comer em público, fazer exercícios em excesso para emagrecer e tomar remédios para perder peso sem necessidade alguma.
A bulimia é caracterizada por episódios frequentes de compulsão alimentar, nos quais há um consumo de grandes quantidades de comida, seguido de comportamentos compensatórios. Como, por exemplo, forçar o vômito, usar laxantes ou diuréticos, ficar sem comer e praticar exercícios em excesso para tentar controlar o peso.
Os principais sintomas da bulimia são inflamação crônica na garganta, refluxo gástrico, cáries e sensibilidade nos dentes. Além disso, praticar muito exercício físico, comer grandes quantidades escondido, sofrer desidratação e apresentar problemas gastrointestinais também são alguns sinais de alerta.
Já a principal característica da compulsão alimentar são episódios frequentes de comer exageradamente, mesmo quando não se tem fome, ou a ingestão excessiva de alimentos hipercalóricos. Existe uma perda do controle sobre o que se come, mas não existem comportamentos compensatórios como vômitos ou uso de laxantes.
Alguns dos principais sintomas da compulsão são comer em excesso mesmo sem fome, dificuldade para parar de comer, comer muito rápido, excesso de peso e consumir alimentos estranhos, como arroz cru ou feijão gelado, por exemplo.
O que fazer no caso de distúrbio alimentar
A especialista alerta que caso você perceba os sintomas em algum familiar ou conhecido, é importante procurar ajuda de um profissional qualificado. “Os transtornos alimentares possuem cura e podem ser tratados, e quanto mais cedo forem diagnosticados mais eficaz pode ser o tratamento.” finaliza a especialista.