As infecções respiratórias estão cada vez mais frequentes no Brasil. O país enfrenta agora um episódio chamado de ‘tripledemia’, em que há três epidemias diferentes ocorrendo ao mesmo tempo. Trata-se das doenças causadas pelos vírus Sars-Cov-2, causador da covid-19, VSR (vírus sincicial respiratório) e influenza, da gripe.
O Brasil não é o único atingido pela tripledemia. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, além dos Estados Unidos, país mais atingido no hemisfério norte, as nações do hemisfério sul mais afetadas são Argentina, Chile, Uruguai e Brasil.
‘Tripledemia’
O Dr. Bernardo Almeida, mestre em doenças infecciosas pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Diretor Médico da Hilab, esclarece que há momentos em que se pode ter mais de uma epidemia ocorrendo de forma concomitante. O surgimento de três epidemias simultâneas pode estar relacionado à pandemia de covid-19.
“As medidas de controle para enfrentamento do Sars-Cov-2 surtiram efeito na circulação de outros vírus respiratórios, que possuem mecanismo de transmissão semelhantes. Desta forma, passamos por um período de queda na circulação desses vírus em geral. Com a volta à normalidade, já era esperado o retorno da circulação de uma forma inicialmente mais intensa”, explica o infectologista.
É possível se contaminar com os três vírus ao mesmo tempo?
De acordo com o Dr. Bernardo, a resposta é sim. Aliás, essas situações são chamadas de confecções, e elas devem ocorrer normalmente por conta da alta circulação dos vírus. “Devemos seguir assim até atingir novo equilíbrio epidemiológico, que é induzido principalmente pela imunidade coletiva”, afirma o infectologista.
Da mesma maneira que é possível se infectar pelas três epidemias de uma só vez, também é possível evitar a contaminação de todos os vírus com as mesmas formas de prevenção. Isso porque a via principal de todas as infecções é por gotículas. Assim, o uso de máscaras, distanciamento de casos sintomáticos e isolamento de casos confirmados ajudam a prevenir transmissão, destaca o especialista.
“A imunidade gerada pela vacinação ou infecção prévia também são fundamentais na diminuição do risco de infecção e de evolução para formas graves. Há vacinas eficientes para o Sars-Cov-2 e influenza. No entanto, os demais vírus ainda não possuem vacinas disponíveis”, finaliza.