A ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, 32, morreu no dia 28 de maio, em Manaus. O laudo necroscópico apontou “depressão cardiorrespiratória” como causa do óbito.
Isto significa que o coração da vítima perdeu a eficiência no bombeamento de sangue, não satisfazendo as necessidades do corpo. A suspeita da polícia é que a empresária tenha sofrido uma overdose de cetamina, também conhecida como quetamina ou ketamina.
O que é cetamina?
A cetamina é um anestésico de uso humano e veterinário, considerada uma droga dissociativa que causa efeitos alucinógenos, sensações de bem-estar e sedação. A partir da década de 1980, se tornou comum o uso da substância como droga recreativa sob o nome de “Key”, “Keyla”, “Keta”, dentre outros.
“A cetamina serve para induzir a anestesia ou para suplementar a administração de outros agentes anestésicos de baixa potência, como o óxido nitroso. É mais indicado para cirurgias da face, ortopédicas, cirurgias plásticas para queimaduras ou enxertos de pele, entre outras. Mas o uso pode fazer o paciente sofrer, por exemplo, movimentos oculares involuntários. Por isso, tem sido pouco usado”, explica o cirurgião plástico Bora Kostic.
Conforme o médico, o uso da droga deve ocorrer apenas sob supervisão de um anestesiologista e mediante a necessidade do paciente, jamais fora do ambiente hospitalar. Além disso, é possível substituí-la por outros anestésicos com menos efeitos colaterais, aponta o especialista.
Uso da cetamina para quadros de saúde mental
A droga também pode tratar sintomas de problemas de saúde mental, como depressão, mas apenas sob orientação médica, como explica o médico psiquiatra Flávio H. Nascimento.
“A cetamina ajuda a melhorar o humor e a disposição dos pacientes, conhecida pelo seu efeito antidepressivo e antisuicida, que ajuda no tratamento de quadros depressivos. Mas, reforçando, a droga deve sempre ser usada sob supervisão médica, pois seu uso indiscriminado também pode gerar alucinações e causar abuso e dependência”, afirma.
Em 2020, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o cloridrato de escetamina, um antidepressivo em forma de spray nasal. Ele pode contribuir no tratamento de adultos com depressão resistente a tratamentos convencionais e para pacientes com transtorno depressivo maior (TDM) que apresentam pensamentos ou comportamentos suicidas.