O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurobiológica que afeta a forma como as pessoas se comunicam, interagem e percebem o mundo. Por ser um espectro, seus sintomas variam bastante em intensidade e manifestação de pessoa para pessoa, o que muitas vezes dificulta a identificação e o diagnóstico.
Embora seja cada vez mais conhecido, o autismo ainda é cercado de estereótipos e dúvidas. Segundo especialistas, compreender os sinais e buscar ajuda profissional são passos essenciais para garantir o tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida do indivíduo e de sua família.
Como reconhecer os sinais do TEA
Os sintomas do autismo costumam aparecer ainda na infância, geralmente percebidos por familiares ou cuidadores. De acordo com a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, os sinais se concentram, em grande parte, na comunicação, socialização e comportamento.
Algumas pessoas podem ter dificuldade em iniciar ou manter conversas, compreender gestos e expressões faciais, ou manter contato visual. Outras podem até falar bastante, mas de uma forma que não segue as convenções sociais. Além disso, comportamentos repetitivos, interesses restritos e preferência por rotinas rígidas são comuns.
Outro ponto importante é a forma como a pessoa no espectro lida com estímulos sensoriais. De acordo com Roselene, “as pessoas no espectro podem ter uma resposta atípica a estímulos sensoriais, como sons, luzes e texturas, e podem ser hipo ou hipersensíveis”. Ela reforça ainda que esses comportamentos podem mudar com o tempo, tornando-se mais ou menos intensos em diferentes fases da vida.
10 sintomas comuns do TEA
A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner lista os sinais mais recorrentes:
- Dificuldade em se comunicar verbalmente e não verbalmente;
- Falta de contato visual durante a interação social;
- Dificuldade em entender expressões faciais ou gestos;
- Interesses restritos e atividades repetitivas;
- Resistência a mudanças e preferência por rotinas rígidas;
- Comportamentos estereotipados, como balançar as mãos ou movimentar o corpo repetidamente;
- Hipo ou hipersensibilidade a sons, luzes e texturas;
- Dificuldade em compreender regras sociais e expectativas de interação;
- Dificuldade em entender o ponto de vista de outras pessoas;
- Dificuldade em fazer amigos ou se relacionar socialmente.
Diagnóstico
É importante destacar que a presença desses sintomas não significa, por si só, um diagnóstico de autismo. Por isso, ao observar sinais, é fundamental procurar um profissional de saúde qualificado.
A identificação precoce faz diferença no desenvolvimento e no bem-estar da pessoa com TEA. Apesar das dificuldades iniciais, Roselene lembra que o diagnóstico também pode revelar potenciais:
“Muitas pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista, têm facilidade para aprender visualmente, atenção aos detalhes ou uma capacidade de memória acima da média, e grande concentração em uma área de interesse específica durante um longo período de tempo a que chamamos de Hiperfoco”, descreve a neuropsicóloga.
