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Borderline: primeiros sinais e como identificar a condição

Psiquiatra explica o que é o transtorno de personalidade borderline e revela os principais indícios que podem levar ao diagnóstico

Borderline: saiba como identificar a doença
Borderline: saiba como identificar a doença - Foto: Shutterstock

O transtorno de personalidade borderline (TPB) é uma condição mental grave, marcada por instabilidade nas relações interpessoais, distorções na autoimagem e no afeto, além de comportamentos impulsivos. Costuma se manifestar no início da idade adulta ou ainda na adolescência, provocando comprometimento funcional significativo e dificuldades nos relacionamentos.

Mas como identificar o transtorno? Entenda a seguir:

Como identificar o borderline

Segundo o psiquiatra Vital Fernandes Araújo, uma das formas de perceber o transtorno é identificar padrões de instabilidade combinados com impulsividade acentuada, especialmente na adolescência ou início da vida adulta. Em geral, o TPB é indicado quando cinco ou mais dos seguintes sinais estão presentes:

  • Medo intenso de abandono, que o indivíduo tenta evitar de forma frenética, seja ele real ou imaginário;
  • Relações interpessoais instáveis e intensas, alternando entre idealização e desvalorização do outro;
  • Distúrbio de identidade, com instabilidade persistente da autoimagem ou senso de si;
  • Impulsividade em pelo menos dois contextos potencialmente autodestrutivos (como gastos excessivos, sexo, uso de substâncias, direção imprudente ou compulsão alimentar);
  • Comportamento suicida recorrente (gestos ou ameaças) ou automutilação;
  • Mudanças rápidas de humor, levando à instabilidade afetiva – geralmente por algumas horas e raramente mais que alguns dias;
  • Sentimento persistente de vazio;
  • Dificuldade em controlar a raiva, muitas vezes inadequada ou excessiva;
  • Pensamentos paranóicos transitórios relacionados ao estresse ou sintomas dissociativos graves.

Origem e evolução do transtorno

O TPB não surge de forma súbita na vida adulta. “Isso porque os sinais e sintomas precoces já podem ser observados em idades mais jovens, especialmente durante a adolescência. Mas existem poucos estudos com o público mais jovem”, explica Araújo.

A condição pode variar em intensidade, mas frequentemente provoca instabilidade crônica no início da vida adulta, com episódios de descontrole afetivo e impulsivo. As taxas de suicídio entre pacientes com TPB são altas, variando entre 8 e 10%.

“Crianças e adolescentes com TPB apresentam taxas aumentadas de hospitalização por ideação ou tentativa de suicídio, comorbidades mais graves e pior funcionamento clínico e psicossocial, semelhante ao observado em adultos. Infelizmente, o diagnóstico e o tratamento do TPB são muitas vezes tardios, levando a um resultado menos favorável. Isso é especialmente verdadeiro em pacientes com borderline de início precoce (os mais jovens), pois a detecção e a intervenção terapêutica acontecem geralmente com atraso”, alerta o psiquiatra.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do transtorno se baseia em quatro pilares:

  • Entrevista detalhada com o profissional de saúde mental;
  • Avaliação psicológica, que pode incluir questionários;
  • Histórico médico e exames;
  • Observação dos sinais e sintomas.

“O tratamento de pacientes com TPB deve começar com a revelação do diagnóstico e educação sobre o curso esperado e tratamento do transtorno. Essa abordagem pode diminuir o sofrimento e estabelecer uma aliança entre o paciente e o médico. Além disso, o tratamento também deve informar aos pacientes que existem terapias eficazes, que envolvem aprender a cuidar de si mesmo, e que os medicamentos têm apenas um papel coadjuvante”, afirma Araújo.

O TPB tem tratamento principalmente com psicoterapia, mas medicações podem auxiliar. Em casos de risco à segurança do paciente, a hospitalização pode ser necessária.

O acompanhamento ajuda o indivíduo a desenvolver habilidades para lidar com a condição e tratar possíveis comorbidades, como depressão ou uso indevido de substâncias. “Com o tratamento, a pessoa pode se sentir melhor consigo mesma e viver uma vida mais estável e gratificante”, conclui o psiquiatra.

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