A cirurgia bariátrica é um procedimento que busca tratar casos de obesidade severa ou mórbida. A popular cirurgia de redução de estômago é uma alternativa para portadores da doença crônica quando outros tratamentos não foram eficazes.
Por isso, antes de recorrer à bariátrica, é comum que os pacientes tenham feito tentativas anteriores por meio de dietas, exercícios físicos e medicamentos, por exemplo.
Segundo o gastrocirurgião e endoscopista, Dr. Eduardo Grecco, o objetivo da cirurgia é reduzir o tamanho do estômago. Dessa forma, é possível limitar a quantidade de alimento que a pessoa pode ingerir, alterando também o modo como o corpo absorve nutrientes. Esse processo promove uma perda de peso significativa.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além da perda de peso há a remissão de doenças associadas à obesidade, como a diabetes e a hipertensão. Dessa forma, resulta na diminuição do risco de mortalidade e na melhoria da qualidade de vida do indivíduo.
Quais são os riscos para a cirurgia?
O especialista esclarece que, apesar de atualmente a mortalidade ser pequena, existe um risco cirúrgico para pacientes em condições muito graves. É o caso de pessoas muito obesas e inflamadas, de modo que se deva levar esse risco em consideração.
Dentre as complicações possíveis, é fundamental destacar a ocorrência de fístulas, vazamentos e outros problemas inerentes a uma cirurgia. Ademais, existe uma preocupação com o acompanhamento do paciente para o resto da vida.
Esse processo permite o controle de ferro e vitaminas, já que o bariátrico precisará manter um cuidado constante para evitar deficiências nutricionais.
O que esperar da cirurgia bariátrica?
Apesar da abordagem cirúrgica ter o intuito de tratar a obesidade, em muitos casos os pacientes acabam recuperando peso. Isso porque há a manutenção de maus hábitos alimentares, como o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, açúcares e abuso de álcool.
O gastrocirurgião explica que a obesidade é uma doença sem cura, portanto deve ter controle constante. “O grande problema que enfrentamos com pacientes que passam por tratamento para obesidade é o reganho de peso. Muitos pacientes acabam ganhando peso novamente no futuro, e isso não é incomum. Cerca de 3 a 4 anos após a cirurgia, aproximadamente 20 a 25% dos pacientes podem experimentar reganho de peso.”, frisa o profissional.
Nesse sentido, é fundamental compreender que os procedimentos adotados em casos graves são ferramentas para ajudar a combater e controlar a obesidade. A cirurgia bariátrica, o balão intragástrico, a gastroplastia e o uso de medicamentos são vias que buscam promover uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
Por isso, é essencial que o paciente se empenhe continuamente na adoção de uma mudança de hábitos que visem cuidar da alimentação e do sono e praticar atividades físicas. Dessa maneira, é possível manter e potencializar o efeito da bariátrica e demais tratamentos ao longo da vida.
Quais são os cuidados pré e pós-operatórios?
O pré-procedimento para qualquer cirurgia envolve a avaliação completa por uma equipe multidisciplinar. Esse processo inclui a avaliação do quadro clínico geral e das condições do paciente, com o objetivo de determinar se ele está ou não apto para a cirurgia bariátrica.
Após a realização da operação, é importante que o paciente respeite as orientações pós-cirúrgicas. Manter uma alimentação adequada, evitando exageros e alimentos impróprios é uma das indicações centrais do procedimento. Caso o indivíduo não siga as orientações, ele pode comprometer a cirurgia.
Por fim, após uma semana do procedimento, o paciente geralmente já pode retomar suas atividades físicas com tranquilidade e voltar ao trabalho rapidamente. “Em geral, o pós-operatório é bastante tranquilo; os pacientes costumam ficar no hospital por dois a três dias e, em seguida, são liberados.”, conclui o especialista.