Mesmo quem aplica protetor solar todos os dias pode estar deixando algumas regiões importantes desprotegidas. A dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica quais são essas áreas e a importância de cuidar delas:
Pálpebras: atenção aos olhos
As pálpebras e a região ao redor dos olhos estão entre as mais negligenciadas, apesar do aumento de casos de câncer de pele nessas áreas. Uma pesquisa de 2017 da Universidade de Liverpool revelou que, ao aplicar filtro solar no rosto, cerca de 10% da face — incluindo pálpebras e a área entre o canto interno do olho e o nariz — é frequentemente esquecida.
“Uma proteção solar adequada deve ser feita efetivamente com a cobertura de todo o rosto, além do uso de chapéus e principalmente óculos de sol, já que a área dos olhos tem uma pele extremamente fina e suscetível a danos, inclusive câncer”, explica a dermatologista.
Alguns filtros podem causar irritação na região dos olhos, então a recomendação é priorizar produtos oftalmologicamente testados. “Mas o dado mais importante para tirar desta pesquisa é a importância de acessórios na proteção solar, como os óculos de sol, que não resguardam apenas os olhos e córneas; eles são importantes para proteger, também, a pele das pálpebras propensas a câncer”, completa Ana.
Nariz: não economize na aplicação
A ponta e a lateral do nariz também merecem atenção especial. “Há uma tendência de negligenciar todo o contorno do nariz ou passar rápido demais pela região. Essa é uma área que não podemos economizar e nem esquecer de passar no contorno das narinas. O câncer de pele também pode surgir nessa região”, alerta a médica.
Lábios: pele fina e vulnerável
Os lábios têm pele muito fina e estão constantemente expostos ao sol. “Quando ocorre câncer de pele nos lábios, em aproximadamente 90% dos casos, ele ocorre no lábio inferior e o tipo mais comum de câncer de pele nos lábios é o carcinoma espinocelular”, explica Ana.
Por isso, recomenda-se aplicar protetor específico para lábios com FPS 30 ou maior, diariamente, reaplicando a cada duas horas ou após comer ou beber.
Orelhas: uma área esquecida
“Essa é uma região que muitos esquecem, mas que, principalmente para os homens ou mulheres de cabelo curto, fica muito à mostra. E quando passar o protetor solar, o paciente não deve esquecer de estender a aplicação do produto até a parte de trás da orelha”, destaca a dermatologista.
Pescoço e colo: não subestime a sensibilidade
A pele do pescoço e colo é fina e envelhece mais rapidamente. “Muitos pacientes acreditam que o pescoço é uma área de ‘sombra natural’, mas isso não é verdade. A região também é atingida pela radiação e diversos estudos já apontaram que a areia e a água do mar e da piscina são capazes de refletir a luz solar”, esclarece Ana.
Cotovelos: mais atenção às dobras
A região do cotovelo recebe pouca atenção, mas é sensível e propensa a danos. “Isso porque os cotovelos são áreas com poucas glândulas sebáceas, naturalmente mais secas, e mais suscetíveis aos danos ambientais. Como são áreas de dobra e atrito, também são mais propensos a desenvolver manchas”, alerta a dermatologista.
Glúteos: proteção mesmo sob roupas
O protetor solar também deve ser aplicado nos glúteos, pois a roupa nem sempre garante proteção total. “A forma certa de aplicar o protetor solar é 30 minutos antes da exposição solar, sem roupa, de maneira uniforme, espalhando bem e evitando acúmulos em algumas áreas. É preciso aplicar em todo corpo”, enfatiza a médica.
Quantidade certa de protetor solar
Para garantir eficácia, Dra. Ana Maria Pellegrini lembra as recomendações da Sociedade Brasileira de Dermatologia sobre a quantidade de protetor por região:
- Uma colher de chá no rosto, pescoço e cabeça;
- Uma colher de chá para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás; uma colher de chá para cada braço;
- Uma colher de chá para a frente de cada perna e outra para a parte de trás.
