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Surto de meningite: entenda a importância e onde se vacinar

Com surto de meningite meningocócica, a cidade de São Paulo já vacinou mais de 30 mil pessoas

Meningite: pacientes reumáticos têm prioridade na vacinação
Meningite: pacientes reumáticos têm prioridade na vacinação - Foto: Shutterstock

A cidade de São Paulo está enfrentando um surto de meningite meningocócica, causada por bactérias. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde paulistana vacinou mais de 30 mil pessoas na tentativa de conter o avanço dos casos, que não estão restritos à capital – todo o estado já registrou 10 mortes.

Sendo assim, a Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) orienta a todos os pacientes com doenças reumáticas imunomediadas, como lúpus eritematoso, artrite reumatoide e idiopática juvenil, entre outras, de todas as faixas etárias, que procurem a unidade de saúde mais próxima para revisar e atualizar seu cartão vacinal para meningite meningocócica. 

Na cidade de São Paulo, a vacinação ocorre nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas e nos megapostos. Além disso, os pacientes imunossuprimidos têm prioridade.

De acordo com a médica reumatologista pediátrica Gecilmara Salviato, da Comissão de Reumato Pediatra da SPR e da Comissão de doenças infecciosas da SBR, é muito importante que a vacinação de pacientes com doenças reumáticas imunomediadas esteja em dia. 

“O risco de infecções é muito maior neste grupo especial de pacientes do que nas pessoas saudáveis. Isso ocorre tanto pela doença em si, como pelos tratamentos que induzem imunossupressão”, ressalta a médica.

Meningite

A meningite é uma inflamação das meninges – as três membranas que envolvem o cérebro e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. Ou seja, a doença pode ser causada por bactérias ou vírus, no caso da meningocócica o agente causador é uma bactéria. Dessa forma, pessoas de todas as idades podem desenvolver o quadro, sendo mais comum entre crianças e adolescentes. Porém, para imunocomprometidos, este risco é maior em qualquer idade.

“Agora, temos a meningite meningocócica tipo C neste surto. Esta é a mais grave e preocupante, por ter evolução rápida e imprevisível, com a taxa de letalidade alta, cerca de 30%. Além disso, pode deixar sequelas em quem sobrevive, como perda de audição ou de visão, mas felizmente temos vacina contra ela”, explica a Dra. Gecilmara.

Sintomas

Os principais sintomas da meningite são:

  • Febre;
  • Dores no corpo;
  • Mal-estar;
  • Vômito;
  • Dor de cabeça;
  • Convulsão.

Em alguns casos, podem surgir manchas vermelhas na pele, o que indica que a bactéria se alastrou pelo organismo, gerando, em seguida, uma infecção generalizada. 

Vacinas

A Dra. Gecilmara explica que existem diferentes sorotipos de meningococos. Um dos mais comuns é o do tipo C (responsável pelo surto atual), contra o qual tem um imunizante disponível gratuitamente na rede pública. Além dessa vacina, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) também disponibiliza imunizantes para outros tipos de meningite.

As crianças são o público-alvo das campanhas de conscientização da doença. São indicadas três doses de reforço, sendo uma entre 12 e 15 meses, outra entre 5 e 6 anos, e mais uma entre 11 e 12 anos de idade. Para crianças e adolescentes de 10 a 19 anos de idade, caso não tenham recebido a vacina na infância, são recomendadas duas doses com um intervalo de cinco anos.

Para os pacientes com doenças que levam à imunossupressão, como aqueles com doenças reumáticas, a vacina está indicada para todas as faixas etárias e está disponível nos CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais).

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