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Adoçante faz mal? Entenda o que um novo estudo sugere

O adoçante eritritol está associado a doenças cardiovasculares, mas os estudos precisam ser ampliados. Entenda o que se sabe até aqui

Adoçante faz mal? Entenda o que um novo estudo sugere
Adoçante faz mal? Entenda o que um novo estudo sugere - Foto: Shutterstock

Não é novidade que o açúcar, principalmente em excesso, faz mal à saúde. Quem quer perder peso vê o produto como um inimigo, e acaba recorrendo ao adoçante artificial eritritol como uma substituição. No entanto, um novo estudo publicado na revista Nature Medicine, sugere que o eritritol está associado a um risco aumentado de ataque cardíaco, derrame e morte. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Cleveland Clinic observaram mais de 4 mil pessoas nos Estados Unidos e na Europa. 

O objetivo inicial, no entanto, não era estudar  a ação do adoçante no organismo, mas encontrar substâncias químicas no sangue que identificassem “quem estava em risco de ataque cardíaco, derrame ou morte nos próximos três anos”, escreveu Stanley Hazen, cardiologista da Cleveland Clinic, ao Estadão. O composto encontrado acabou sendo o eritritol. Sua equipe então desenvolveu um teste específico, testou independentemente suas hipóteses e replicou as descobertas.

Em estudos pré-clínicos, os pesquisadores também encontraram evidências de que a ingestão de eritritol aumentava a formação de coágulos sanguíneos. No entanto, eles alertam que são necessários mais estudos, e que os participantes tinham uma alta prevalência de doenças cardiovasculares. Portanto, é difícil replicar os mesmos resultados para a população em geral.

Afinal, adoçante faz mal?

Ainda assim, os resultados encontrados para a equipe de Hazen são uma má publicidade para os produtos que apresentam o eritritol como uma alternativa saudável e natural ao açúcar. As descobertas chegam em um momento em que o eritritol está popular entre o público. Isso porque as novas tendências de dieta à base de plantas, cetogênica e com baixo teor de carboidratos estimulam o interesse por adoçantes alternativos vendidos como “naturais”.

De acordo com relatórios de 2022 da empresa de pesquisa NielsenIQ, o crescimento das vendas de produtos com eritritol cresceu 43% em dois anos. Já os produtos que afirmam conter “adoçantes naturais” cresceram 91%. Produtos “sem açúcar” com eritritol muitas vezes são recomendados para indivíduos com obesidade, diabetes ou síndrome metabólica – que já correm o risco de problemas de saúde cardiovascular, observam os autores do artigo.

“As doenças cardiovasculares aumentam com o tempo, e as doenças cardíacas são a principal causa de morte no mundo”, disse Hazen em uma declaração sobre o estudo. “Precisamos garantir que os alimentos que ingerimos não estejam contribuindo para esse risco de maneira oculta”, acrescentou.

Eritritol

Encontrado em pequenas quantidades em frutas e vegetais, o eritritol é pouco metabolizado pelo organismo, pois é excretado quase inteiramente na urina. Por isso, é chamado de adoçante de “zero caloria”. No entanto, os pesquisadores revelaram que, quando adicionada artificialmente a alimentos processados, a substância aparece em níveis “mil vezes superiores aos níveis endógenos”.

A depender dos resultados das próximas pesquisas, a população precisa ficar ainda mais atenta com os rótulos do que consome. Afinal, muitos alimentos que afirmam ter sabor natural, como granola e biscoitos cetogênicos, contêm eritritol.

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