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Alerta: dor de cabeça sem melhora pode indicar aneurisma cerebral

O rompimento de um aneurisma cerebral pode matar 1 em cada 3 pessoas, e dificilmente apresenta sintomas antes da ruptura

Alerta: dor de cabeça sem melhora pode indicar aneurisma cerebral
Alerta: dor de cabeça sem melhora pode indicar aneurisma cerebral - Foto: Shutterstock

Setembro é o mês de Consciência do Aneurisma Cerebral, doença potencialmente fatal que se caracteriza por uma dilatação na parede da artéria. Essa dilatação forma uma espécie de balão, que pode romper, levando a um quadro gravíssimo de saúde.

Causas do aneurisma cerebral

De acordo com o neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola, os principais fatores de risco para formação de aneurisma são a hipertensão arterial e o tabagismo. Além disso, a diabetes e o aumento do colesterol também podem contribuir para o surgimento do quadro.

“E é claro que tem o componente familiar”, complementa o médico. Segundo ele, os pacientes de primeiro grau de todo paciente com aneurisma cerebral, sobretudo aqueles que romperam, devem realizar exames para identificar os riscos de um episódio do tipo.

Sintomas

A prevenção através de exames clínicos é muito importante, uma vez que um aneurisma que ainda não rompeu costuma ser assintomático. “Exceto em casos de ‘balões’ muito grandes, que aí funcionariam como um tumor que comprime as estruturas cerebrais. Nesse caso, o paciente pode ter dor de cabeça e alguma alteração sensitiva ou motora”, explica o neurocirurgião.

Já quando ocorre o rompimento, a história é outra, afirma Victor Hugo. “O primeiro sintoma de um aneurisma que rompeu é uma dor de cabeça intensa e súbita, muitas vezes descrita como a pior dor de cabeça da vida, acompanhado de outras alterações neurológicas, como sonolência, muitas vezes crise convulsiva, rebaixamento de nível de consciência e, muitas vezes, coma”, indica o médico.

Victor destaca que o paciente nesse contexto apresenta um quadro muito grave. Um aneurisma rompido (chamado aneurisma roto) tem uma mortalidade em torno de 30% por cento, aponta o especialista. 

“Muitos pacientes morrem antes mesmo de chegar ao hospital. E a grande maioria daqueles pacientes que sobrevivem, infelizmente, saem com sequelas neurológicas muitas vezes graves. Então o aneurisma roto é uma catástrofe. Por isso, tentamos evitar essa ruptura o máximo possível”, diz.

Como evitar a ruptura de um aneurisma?

Para evitar a ruptura de um aneurisma, é preciso tratá-lo previamente. “Primeiro é preciso avaliar esse aneurisma, ver o seu tamanho, a sua localização, a presença de outros fatores de risco que esse paciente pode ter ou não para definir o tratamento”, explica.

Conforme o neurocirurgião, existem duas formas de tratar esse aneurisma: a forma mais antiga é a cirurgia aberta, que é uma craniotomia. “A gente abre o crânio do paciente, disseca o cérebro, chega onde está esse aneurisma e coloca um clipe para interromper a circulação sanguínea dentro desse balão”, detalha.

Mais recentemente, porém, a grande maioria dos aneurismas são tratados por cateterismo, que é a embolização. Dessa forma, diferentes artifícios vão por dentro das artérias para obstruir o “balão”, eliminado ele da circulação e prevenindo, assim, a sua ruptura.

Victor Hugo reforça que o aneurisma é uma doença potencialmente muito grave. Portanto, a prevenção por meio de exames clínicos é fundamental para evitar um quadro mais delicado de saúde. 

O especialista cita a angiorressonância e a angiotomografia. Esses exames são indicados para parentes de primeiro grau de pacientes com aneurisma ou para aqueles com dores de cabeça intensas, atípicas e que não melhoram com a medicação, além de sintomas neurológicos associados. 

“Nesses casos, a gente sempre orienta o paciente a fazer esses exames para identificar se tem aneurisma ou não e, se tem, tratar, o que seria a melhor opção”, destaca o médico.

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