Anderson Leonardo, 51, mais conhecido como Anderson Molejão por sua conexão com o grupo Molejo, morreu nesta sexta-feira (26), 1 ano e meio após um diagnóstico de câncer na região inguinal. A assessoria do cantor a o perfil oficial do grupo confirmou a informação.
Câncer na região inguinal: entenda o que é
O câncer inguinal, isto é, na região da virilha, é uma doença rara que possui menos de 150 mil casos por ano no Brasil. Anderson perdeu a vida para o tumor durante o Abril Lilás, mês de conscientização sobre o câncer de testículo.
Diferente de outros tipos de tumor, este câncer acomete sobretudo homens jovens, entre os 15 e 35 anos. Por isso, a doença é ainda mais impactante.
“Não há uma causa definida, mas podemos elencar fatores de risco que incluem história familiar de câncer testicular, criptorquidia (testículo não descido), radiação por tratamento ou por ocupação e algumas condições genéticas, como síndrome de Klinefelter”, explica o médico uro-oncologista Dr. André Berger.
Sintomas
Os sinais e sintomas do câncer de testículo podem variar de pessoa para pessoa, e alguns homens com a neoplasia podem não apresentar sintomas nos estágios iniciais da doença. No entanto, quando os sinais estão presentes, eles podem incluir:
- Caroço ou inchaço em um dos testículos, mesmo sem dor;
- Alterações na textura dos testículos (um testículo ficar mais firme ou irregular);
- Desconforto na parte baixa da barriga ou costas;
- Fraqueza, tosse e falta de ar.
O médico ressalta que outros problemas de saúde, como infecções ou lesões, também podem causar sintomas semelhantes aos do câncer testicular. Por isso, ao notar qualquer um desses sintomas, é essencial consultar um médico para receber um diagnóstico e tratamento oportuno.
Vale destacar ainda que o diagnóstico precoce do câncer testicular leva geralmente a melhores resultados de tratamento.
Diagnóstico e importância do autoexame
O uro-oncologista destaca que o autoexame é extremamente importante para identificar o câncer de testículo. “O autoexame dos testículos é fundamental para detectar possíveis anormalidades precocemente. Não há uma recomendação universal sobre a frequência do autoexame, mas o ideal é fazê-lo mensalmente”, diz o médico.
Segundo ele, durante o autoexame, os homens devem procurar por alterações no tamanho, forma ou consistência dos testículos, assim como caroços, inchaços ou dor.
Tratamento
A doença tem uma taxa de cura de mais de 90%, especialmente quando o diagnóstico é precoce. O tratamento geralmente envolve cirurgia, que seria a orquiectomia radical (remoção do testículo afetado), e em raras situações a orquiectomia parcial, com preservação de parte do testículo com o tumor.
“Além disso, podem ser necessários tratamentos adicionais como quimioterapia, radioterapia, linfadenectomia retroperitoneal (retirada de gânglios linfáticos) dependendo do estágio do câncer e de outros fatores individuais”, afirma o Dr. André Berger.
Nos casos onde a linfadenectomia retroperitonial é necessária, a cirurgia robótica pode ser aliada importante. Ela é feita com cortes pequenos, causa pouco sangramento, tem recuperação rápida e maior preservação da ejaculação e fertilidade natural.
Legado de Anderson Molejão
Nascido no Rio de Janeiro, Anderson é um dos formadores do grupo carioca Molejo, um dos maiores ícones do pagode da década de 1990. Junto dele, formavam o grupo Andrezinho, Claumirzinho, Lúcio Nascimento, Robson Calazans e Jimmy Batera.
Além de fazer o vocal da banda, Anderson também era responsável pelo som do cavaquinho e atuava como compositor. O artista assina diversas músicas da banda, como “Dança da vassoura” e “Garoto Zona Sul”, além de hits de outros grupos, como a “Cohab City”, sucesso do Negritude Junior.
O primeiro álbum do Grupo Molejo foi lançado em 1993 e foi impulsionado pela música “Caçamba”. Já o último disco do grupo foi “Molejo Club”, lançado em 2016 e que trouxe faixas inéditas após um hiato de 6 anos.
Anderson deixa 4 filhos. Dois deles seguiram os passos do pai: o cantor e multi-instrumentista Leozinho Bradock, de 29 anos, e Rafael ‘Molejin’, de 28, que integra o Grupo Surpreender. O artista também é pai de Alessa Cristyne, de 30 anos, sua primogênita, e de Alice, a caçula, que completa 4 anos em maio.