O ator Marcelo Serrado revelou em entrevista recente sofrer com Síndrome do Pânico, o que lhe causou severas crises de ansiedade. Com isso, mãos formigando, medo intenso e coração acelerado foram sentimentos que passaram a fazer parte da rotina do carioca de 55 anos.
Síndrome do Pânico
De acordo com a psicanalista Andréa Ladislau, a Síndrome do Pânico é uma condição onde há crises súbitas de ansiedade, medo e desespero associados a sintomas físicos. É o caso de dor no peito, falta de ar, tontura, formigamentos, tremores, suor excessivo.
A sensação é de morte ou perda do controle, e a crise pode acontecer sem motivo aparente ou após um estresse emocional. Depois, gera ansiedade antecipatória (medo de acontecer novamente).
“O medo de perder o controle da situação faz o indivíduo evitar lugares muito cheios ou fechados. E, quando se forçam, acabam desencadeando novas crises que se tornam mais constantes. Os episódios atrapalham a realização de atividades simples do cotidiano, como ir ao mercado, entrar no elevador, andar de ônibus”, explica a especialista.
Andrea aponta ainda que as crises surgem quando menos se espera. “A duração varia de pessoa para pessoa, podendo ter picos de 5 até 30 minutos, seguida por uma sensação de esgotamento e cansaço”, diz.
Tratamento
A busca por um acompanhamento psicoterápico é fundamental para entender quais os gatilhos para início dos sintomas e como controlar os efeitos perturbadores da síndrome. “Existe cura para a doença, embora seja difícil alcançar a cura completa do transtorno. Isso porque a taxa de recaída da síndrome é bastante elevada e a maioria das pessoas volta a sofrer com os ataques”, salienta a psicanalista.
Conforme a profissional, os medicamentos e a psicoterapia são os mais recomendados, já que atuam sobre os desequilíbrios bioquímicos que geram os efeitos físicos associados à doença. Além disso, trabalham os medos, as fobias, e a ansiedade, provocando mudanças comportamentais para que o indivíduo aprenda técnicas que possam mudar a sua atitude diante dos ataques de pânico.
Marcelo Serrado e a Síndrome de Pânico
Marcelo Serrado recebeu o diagnóstico de Síndrome do Pânico em 2020 e buscou ajuda profissional e medicamentosa para enfrentar o problema. O ator relata que percebeu a necessidade de falar sobre o assunto, uma vez que muitas pessoas sofrem com este problema e nem sempre sabem como agir.
Ele conta que encontrou caminhos de libertação através da construção de uma rede de apoio, leituras e hobbies, como a música, para sentir-se mais forte para lutar contra a síndrome.
Por ser uma figura pública, o ator se viu perdido e angustiado, perturbado pelo elevado grau de estresse, por pensamentos irracionais, pelo medo geral ou medo do desconhecido, chamado de agorafobia, que o impediam de se relacionar com as pessoas à sua volta. “Ou seja, quem sofre com a Síndrome de Pânico, tendenciosamente, sempre procura estar isolado e sofre com a intensidade das crises”, destaca Andrea.
A psicanalista lembra que a vulnerabilidade imposta por essa síndrome pode afetar homens e mulheres em diversas faixas etárias e em qualquer classe social. “O ideal é, ao perceber o menor sinal de desequilíbrio, buscar ajuda de um profissional de saúde mental que irá, através de ferramentas adequadas, identificar o problema e dar a tratativa correta para que se consiga viver de forma plena, saudável e equilibrada”, conclui.