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Estudo revela potencial da cannabis para tratar questões de saúde mental

Estudo publicado na revista JAMA Network detalhou a eficácia da cannabis medicinal da redução dos sintomas de ansiedade e depressão

Estudo revela potencial da cannabis para tratar questões de saúde mental
Estudo revela potencial da cannabis para tratar questões de saúde mental - Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, a cannabis medicinal tem ganhado destaque no campo da saúde. Isso não se deve apenas às suas aplicações no alívio de dores crônicas e tratamento de condições físicas, mas também ao seu potencial impacto positivo na saúde mental

Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) mostrou que o uso do cannabis medicinal pode proporcionar 60% de redução dos sintomas de ansiedade, 50% de redução dos sintomas de depressão e 25% de redução de burnout. 

Aumento da procura pela cannabis medicinal

Para João Paulo Cristofolo Jr., médico e sócio-fundador do Grupo CONAES Brasil de Educação Médica, a busca por tratamentos alternativos e complementares tem crescido substancialmente nos últimos anos. Isso reflete uma mudança na percepção pública e no interesse pela cannabis para fins medicinais. 

“Estamos observando um aumento significativo no número de pacientes interessados em explorar os potenciais benefícios da cannabis para diversas condições. Incluindo dor crônica, insônia e condições psiquiátricas como ansiedade e depressão”, aponta o especialista 

Este aumento, segundo ele, reflete uma tendência mais ampla observada na prática médica. Nesse sentido, a cannabis medicinal vem sendo utilizada como uma opção terapêutica potencial para pacientes que não tiveram sucesso com tratamentos convencionais. Ou ainda que buscam alternativas com perfis de efeito colateral mais favoráveis, explica.

Como a cannabis atua nos casos de saúde mental

João Paulo explica que o canabidiol (CBD), um dos principais componentes da cannabis, interage com o sistema endocanabinoide do corpo, que desempenha um papel na regulação do humor, do sono e da resposta ao estresse. 

Estudos clínicos e pré-clínicos sugerem que o CBD pode ajudar a reduzir a ansiedade em condições como o transtorno de ansiedade generalizada. Um dos mecanismos propostos envolve a modulação dos níveis de serotonina, um neurotransmissor que tem um papel central na regulação do humor. 

Além disso, ao contrário de muitos ansiolíticos convencionais, o CBD não parece causar dependência ou efeitos colaterais significativos, tornando-o uma opção atraente para pacientes. 

A diferença entre os tratamentos tradicionais

Pacientes diagnosticados com ansiedade, depressão e outras patologias relacionadas à saúde mental, costumam receber indicação para os ansiolíticos tradicionais, como benzodiazepínicos. 

Esses, segundo o especialista, são eficazes, porém também estão associados a alguns riscos à saúde, como a tolerância e a dependência. Já entre os danos físicos, está a diminuição da coordenação motora e a deterioração cognitiva a longo prazo. 

“Diferente dos medicamentos, o CBD oferece um perfil de segurança promissor, com evidências indicando um risco menor de dependência e efeitos colaterais mais brandos. Apesar disso, vale lembrar que também não estão livres de riscos. Portanto, só devem ser usados após avaliação e prescrição médica”, destaca o médico. 

Além disso, o CBD pode oferecer benefícios terapêuticos adicionais, como propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras, que não são encontrados na maioria dos ansiolíticos convencionais, pontua o especialista. 

Cuidados necessários

Vale ressaltar que, apesar de promissor, o crescimento da busca por alternativas médicas pode trazer uma banalização do uso da cannabis medicinal. Pensando nisso, João alerta sobre os cuidados necessários antes de adicionar o medicamento na terapia contra as patologias mentais. 

“Muitas pessoas podem ver que celebridades usam a cannabis e acreditam que essa pode ser a melhor solução para elas. É importante destacar que a decisão de utilizar cannabis medicinal como tratamento deve ser tomada com base em uma compreensão profunda da condição do paciente, do perfil de eficácia e segurança dos tratamentos disponíveis, e em um diálogo aberto e informado entre o médico e o paciente”, finaliza o médico.

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